2 min

Urticária: o que é e que tratamentos existem

A urticária é uma condição que se caracteriza pelo aparecimento de lesões cutâneas e vermelhidão, causando sensação de queimadura e por vezes dor. Descubra tudo sobre esta doença e como tratá-la neste artigo da Dra. Iolanda Allen Coutinho, Imunoalergologista no Hospital Lusíadas Porto.

A urticária é uma condição caraterizada pelo aparecimento de pápulas (lesões cutâneas com edema central associadas a eritema/vermelhidão, prurido ou sensação de queimadura e natureza flutuante), angioedema (aumento súbito e mal delimitado das mucosas – tipicamente na zona dos lábios, em redor dos olhos e nas extremidades, associados a dor e/ou prurido) ou ambos. 

Um episódio de urticária durante a vida pode ocorrer em cerca de  10% da população em geral. Trata-se de uma condição mais comum em mulheres e é tão frequente em adultos como em crianças.
Esta é uma doença mediada pelas células presentes na pele denominadas de mastócitos, cuja desgranulação é considerada o evento inicial, resultando na libertação de vários mediadores inflamatórios, tais como histamina, fator ativador das plaquetas, ácido araquidónico e os seus metabolitos, TNF-alfa, IL-1, IL-4, IL-5, IL-6, IL-8, IL-16, e outras citocinas que levam à ativação de nervos sensoriais, vasodilatação e extravasamento de plasma, assim como recrutamento celular para as lesões de urticária. 

Urticária aguda e crónica

A urticária, dependendo da sua duração, pode ser aguda ou crónica. A urticária aguda pode ter na sua origem diversas causas, desde: infeções; reações alérgicas a medicamentos; alimentos ou picadas de insetos; reações a medicamentos associadas às propriedades farmacológicas, como por exemplo narcóticos e anti-inflamatórios não esteróides; urticária de contacto, por exemplo a produtos cosméticos; entre outras causas. 

A urticária crónica classifica-se em espontânea, física/induível (de contato, ao calor, ao frio, dermografismo, entre outros)  ou ambas. Outras causas mais raras como distúrbios hormonais, doenças hematológicas e auto-imunes também podem estar associadas ao surgimento de urticária crónica.

O diagnóstico de urticária aguda é baseado na clínica (história e exame objetivo), podendo, por vezes, ser necessário a realização de exames complementares de diagnóstico.
Já o diagnóstico de urticária crónica apresenta 3 objetivos:
1) excluir diagnósticos diferenciais;
2) avaliar a atividade da doença, o seu impacto e controlo - a utilização de vários questionários é imprescindível na uniformização da avaliação, para ser possível fazer comparações e avaliar a eficácia terapêutica;
3) identificar desencadeantes de exacerbações ou, quando indicado causas subjacentes.
 

Importante referir que os doentes com urticária crónica apresentam elevadas taxas de ansiedade, depressão e doenças somáticas, com metade a ser afetado por mais do que 1 destas condições. São claramente um fator que agrava a qualidade de vida, podendo representar uma possível causa/consequência de urticária crónica.
Nem todos os fatores precisam ser investigados em todos os doentes, e o primeiro passo para a avaliação diagnóstica é a história clínica seguida do exame objetivo.
Elevada atividade da doença associa-se frequentemente a diminuição da qualidade de vida e a baixos níveis de controlo de doença. 

Tratamento da urticária

O objetivo do tratamento é tratar a doença até desaparecer por completo. A abordagem terapêutica da urticária envolve a identificação e eliminação das causas subjacentes, evicção de fatores desencadeantes, indução de tolerância e/ou uso de terapêutica farmacológica que previna a desgranulação mastocitária com libertação e/ou o efeito dos mediadores mastocitários libertados. O tratamento deve seguir o princípio de tratar o máximo necessário, com o mínimo possível, de acordo com o curso da doença.

 
 

Ler mais sobre

Pele

Este artigo foi útil?

Revisão Científica

Dra. Iolanda Alen Coutinho

Dra. Iolanda Alen Coutinho

Hospital Lusíadas Porto
Clínica Lusíadas Gaia
Hospital Lusíadas Santa Maria da Feira

Especialidades em foco neste artigo

Especialidades em foco neste artigo

PT