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Depressão: o que é, sintomas, tratamento, como prevenir e como ajudar?

De acordo com a OMS, a depressão é o problema de saúde que mais contribui para a incapacidade a nível mundial, afetando aproximadamente 280 milhões de pessoas. Descubra em que consiste esta doença, neste artigo da Psiquiatra Inês Cruz da Fonseca do Hospital Lusíadas Monsanto.

Na Europa estima-se que cerca de 40 milhões de pessoas sofram de depressão, sendo Portugal um dos países com maiores índices desta doença. Mais de 12% das pessoas com 15 ou mais anos vivem com esta perturbação, comparativamente à média da União Europeia (UE) situada nos 7,2%. 

"A depressão corresponde a um quadro de tristeza e/ou diminuição do interesse ou prazer nas atividades que difere das alterações normais do humor e sentimentos uma vez que nesta os sintomas apresentam uma maior intensidade e prolongam-se no tempo, afetando o desempenho global da pessoa", explica a Dra. Inês Cruz da Fonseca, Psiquiatra no Hospital Lusíadas Monsanto.

É importante uma abordagem precoce da doença para evitar a progressão para quadros mais graves, incapacitantes e difíceis de tratar. No entanto, o estigma associado à depressão pode atrasar a procura de cuidados de saúde, exacerbando assim o sofrimento.

O que é a depressão?

A depressão é uma perturbação afetiva que pode surgir em diferentes fases da vida, sendo mais prevalente em mulheres. A causas subjacentes ao seu desenvolvimento são complexas e incluem a interação entre fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. As pessoas que passaram por acontecimentos de vida adversos (luto, eventos traumáticos) são mais propensas a desenvolver depressão. 
É caracterizada por um conjunto de sintomas que se mantêm, pelo menos, duas semanas e provocam sofrimento e alterações no funcionamento pessoal, social, ocupacional, ou noutras áreas importantes:
•    Tristeza;
•    Diminuição do interesse e do prazer nas atividades habituais;
•    Alterações do apetite e sono;
•    Agitação ou lentificação física e psíquica;
•    Fadiga ou diminuição da energia;
•    Perda da autoestima/confiança ou sentimentos de culpa;
•    Diminuição da concentração ou da capacidade de tomar decisões;
•    Ideias recorrentes de morte e/ou de suicídio e comportamentos suicidários.

Os quadros depressivos podem ser classificados como ligeiros, moderados ou graves, consoante a gravidade dos sintomas presentes, bem como o impacto no funcionamento do indivíduo. Podem ainda apresentar diferentes padrões de apresentação como: episódio único; episódios recorrentes; episódios depressivos alternados com períodos de mania ou hipomania.

Quando devemos procurar ajuda?

É recomendado procurar ajuda especializada de um médico (Psiquiatra) quando:
•    Os sintomas têm a duração de, pelo menos, duas semanas;
•    Ocorrem na maioria dos dias;
•    Provocam sofrimento significativo;
•    Têm implicação negativa no desempenho social, ocupacional ou noutras áreas do funcionamento pessoal.

Qual é o tratamento da depressão?

O tratamento de primeira linha inclui o recurso a intervenções psicoterapêuticas e farmacológicas. Atualmente, são frequentemente utilizados os Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS), devido à sua eficácia, segurança e baixa incidência de efeitos adversos. A abordagem psicológica varia de acordo com as necessidades individuais do doente e pode incluir terapia de suporte, cognitivo-comportamental, interpessoal, familiar ou psicodinâmica.

Como prevenir a depressão?

A depressão está intimamente relacionada com a saúde física. Muitos dos fatores que contribuem para o desenvolvimento de depressão são também fatores de risco conhecidos para doenças como as doenças cardiovasculares, o cancro ou a diabetes. Por sua vez, as pessoas com estas doenças podem também sofrer de depressão devido a dificuldades associadas à gestão do seu estado de saúde.

É possível intervir e controlar alguns fatores de risco para a depressão, nomeadamente:
•    Promover um estilo de vida saudável;
•    Reduzir o consumo de álcool; 
•    Evitar o uso de substâncias de abuso
•    Tratar/estabilizar doenças tais como cardiovasculares, respiratórias, oncológicas, entre outras.

É também crucial promover uma compreensão mais alargada da doença, que permita por um lado reconhecer mais precocemente os seus sinais e sintomas, assim como combater o estigma a ela associado.

Conheço uma pessoa com depressão, como posso ajudar?

Esta doença pode, por vezes, ser incompreendida pela família e amigos. No entanto, identificar os primeiros sinais de alarme é o primeiro passo para prevenir a depressão ou evitar a progressão da doença. 
O apoio da família, amigos e cuidadores é essencial para a recuperação. 

Se conhece alguém em estado depressivo, saiba que pode ajudar:

1.    Sendo um bom ouvinte: mostrar ao doente que não está sozinho, mostrar apoio e vontade de ajudar.
2.    Ser direto: Pergunte-lhe do que necessita diretamente. 
3.    Encorajar a procurar um profissional 
4.    Ofereça ajuda em atividades básicas e encoraje-o também a fazê-las: uma pessoa com depressão pode sentir dificuldade nas tarefas mais básicas. Mostre-se disponível para ajudar e incentive o doente a fazê-las. 
5.    Mantenha os padrões: ajude a garantir que a pessoa come e dorme de forma regular e ajude a cumprir à risca as indicações do médico. 
6.    Promova a adesão à terapêutica
7.    Não se esqueça de cuidar de si também


Ajudar uma pessoa com depressão exige paciência e perseverança, mas é possível fazer a diferença. 

No Hospital Lusíadas Monsanto, encontra uma equipa especializada no tratamento de depressões. Se procura acompanhamento personalizado, nada como apostar numa unidade que se dedica à Saúde Mental, contemplando várias áreas de intervenção que se complementam.

 

 

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Dra. Inês Cruz da Fonseca

Dra. Inês Cruz da Fonseca

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