Enfarte: como identificar os sintomas
O que é o enfarte?
O miocárdio é o músculo cardíaco que tem como função enviar o sangue para todo o organismo. A sua irrigação provém das artérias coronárias, que lhe fazem chegar o oxigénio e nutrientes necessários para o seu normal funcionamento. Quando essa irrigação é interrompida – por exemplo, por obstrução de uma artéria coronária –, ocorre uma situação a que se chama isquemia. Se não for tratado a tempo, pode culminar na morte de parte desse músculo. Caso tal ocorra, diz-se que o doente sofreu um enfarte do miocárdio.
Sintomas de enfarte do miocárdio
A dor no peito é o sintoma mais frequente, mas pode fazer-se acompanhar de outros sinais ou sintomas. Se estes aparecem, reforçam a probabilidade de se tratar de um enfarte agudo do miocárdio. Mas é importante sublinhar que em certas populações, a dor pode nem ser o sintoma predominante, refere André Luz, cardiologista do Hospital Lusíadas Porto.
- Dor intensa no peito ou na região do abdómen (acima do umbigo), que pode irradiar-se para a mandíbula, os membros superiores ou o dorso. Por definição, esta dor não se relaciona nem com os movimentos respiratórios nem com a movimentação dos membros e não cede a não ser com intervenção médica;
- Suores;
- Náuseas;
- Vómitos;
- Em casos mais graves pode levar a uma síncope (desmaio) ou até a uma paragem cardíaca;
- Por outro lado, nem toda a dor no peito é um enfarte agudo do miocárdio. Existem outras causas (igualmente graves ou não) que podem apresentar-se de forma mais ou menos semelhante.
Saiba mais
Conheça o Protocolo para a Dor Torácica do Hospital Lusíadas Porto:
Sintomas atípicos em mulheres, idosos e diabéticos
Os sintomas que os médicos chamam de “atípicos” manifestam-se, por norma, de forma mais frequente nas mulheres, nos diabéticos e nos mais idosos. Exemplo disso, são:
- Dispneia súbita (falta de ar);
- Mal-estar abdominal ou torácico difuso e mal definido;
- Desmaio;
- Hipersudorese (suor excessivo).
Também é possível que a dor se inicie (e seja mais intensa) nos membros superiores ou no dorso, em vez de no centro do peito.
Fatores de risco de enfarte
A idade é o principal fator de risco de enfarte. Além disso, o tabagismo, o excesso de colesterol, a diabetes, a hipertensão arterial e o excesso de peso representam os chamados “fatores de risco vascular”. São potencialmente modificáveis através da alteração dos comportamentos de risco e com a ajuda de medicação.
Já o controlo dos fatores de risco genéticos está fora do nosso alcance. Os familiares em primeiro grau de doentes que tenham tido um enfarte agudo do miocárdio (sobretudo se este ocorreu em idade considerada precoce), têm um risco acrescido e devem vigiar de perto os fatores de risco vascular.