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A vida depois do cancro

Depois de um cancro, a vida muda. Foi o caso de Francisco Matamouros, por exemplo, que agora tem hábitos mais saudáveis, cuidando do corpo e da mente.

Desde que foi diagnosticado com cancro, Francisco Matamouros procurou não se deixar abater pela doença e encará-la de frente, de forma positiva. E, quando a doença desapareceu, sentiu-se aliviado, claro, mas não mudou a sua postura: de cabeça erguida e olhos postos no presente, este homem de 69 anos ajustou alguns dos seus hábitos, procurando viver de forma mais saudável.

“Fiz a colonoscopia e fui operado a 28 de janeiro de 2019”, conta. Depois, os resultados da PET (técnica que permite localizar de forma mais precisa as localizações das doenças oncológicas) indicavam que “o cancro estava espalhado ao nível dos pulmões” e, por isso, teria de iniciar quimioterapia. “Tinha um carcinoma no cólon metastizado, estádio 4”, recorda.

A doença foi um choque para si e para a sua família, mas, sempre que se sentia mais ansioso, procurava pensar: “Faz de conta que isto é uma televisão e que estás num canal. Tenta mudar de canal.” Se pensasse demais, procurava distrair-se de outra forma, comendo qualquer coisa ou dando um passeio.

Em junho de 2021, os exames e os valores tumorais normalizaram. A sua doença tinha sido controlada com a quimioterapia e com tratamentos biológicos. Foi então que recebeu indicações para terminar a quimioterapia. “Tive consulta com o Dr. Paulo Cortes no dia 28 de junho e tinha o tratamento marcado para o dia 29, mas ele disse-me que não iria fazer o tratamento porque já não seria necessário”, recorda. Desde então, foi-lhe indicado que teria de ser monitorizado, de três em três meses.

 

O que mudou

Quando percebeu que estaria livre do tratamento, sentiu-se, naturalmente aliviado, ainda que, mesmo enquanto tinha a doença, evitasse focar-se nela. “Costumava dizer que tínhamos de ter esperança porque isto haveria de se resolver, a doença haveria de desaparecer”, recorda.

Terminado o tratamento de quimioterapia, voltou à sua vida normal, ainda que agora já reformado. “E nunca mais tive problema nenhum, nem sequer falta de apetite”, declara.

Quanto aos exames que tem de fazer regularmente, admite que vai sempre com alguma ansiedade. “Há sempre aquela preocupação em saber se estará tudo bem, se continua a estar tudo bem ou se alguma coisa regrediu”, afirma.

Sobre a mudança de hábitos, diz que houve pequenos ajustes na sua vida, que fez enquanto estava doente, e manteve após a doença. “Faço uma vida normal, como tudo — aliás, havia coisas que não gostava e comecei a gostar”, diz, enumerando, a título de exemplo: “Não gostava de legumes cozidos, mas agora já consigo comer bem, também gostava da comida com sal, mas comecei a comer comida com menos sal.”

Além disso, procura estar ativo e manter-se saudável. “Tenho feito umas caminhadas, passo uma temporada no Alentejo também, faço caminhadas valentes com ar puro”, conclui.

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