Via verde para a dor torácica no Hospital Lusíadas Porto
Uma dor torácica deve levá-lo sempre — e o mais depressa possível — ao hospital. Se esta surgir como uma pressão no centro do peito, habitualmente durante um esforço, associando-se ou não a palidez cutânea e sudorese profusa, pode ser sinal de um enfarte do miocárdio. E todos os segundos contam. Mesmo.
"Por cada minuto que passa, o número de células cardíacas vai morrendo e quanto mais precoce for o tratamento melhor será o prognóstico”, explica Paulo Santos, coordenador da Unidade de Atendimento Urgente do Hospital Lusíadas Porto.
É por isso que na Unidade de Atendimento Urgente do Hospital Lusíadas Porto está a funcionar uma via verde para os doentes com dor torácica. É uma forma de "priorizar o que exige resposta pronta" num serviço que é sempre “imprevisível”, como são as urgências hospitalares, sublinha o diretor clínico do Hospital Lusíadas Porto, Filipe Basto.
Depois dos breves quatro minutos entre a admissão administrativa e a triagem com um enfermeiro, se este deteta (através de um conjunto de perguntas protocoladas) os sinais de uma doença cardíaca aguda (como o enfarte do miocárdio), encaminha logo o doente para a Unidade de Dor Torácica. Lá, resume Paulo Santos, "é admitido e faz-se o eletrocardiograma nos primeiros cinco minutos."
E, quando a suspeita é consistente (em 20% dos doentes é), o enfermeiro avança logo para os exames e análises protocoladas e entram "de imediato" em ação as equipas de Medicina Interna e de Cardiologia, sempre com o apoio da Unidade de Cuidados Intensivos. Nalguns casos avança-se de imediato para um cateterismo cardíaco para desobstruir as artérias coronárias.
Veja como se processa, na prática, o protocolo para a dor torácica no Hospital Lusíadas Porto:
A expressão que os especialistas repetem frequentemente é que "tempo é miocárdio". Quanto mais demorar, mais se agrava a condição. “Esta rapidez no diagnóstico e no tratamento vai reduzir o número de células necrosadas (células mortas) do músculo cardíaco, reduzindo o tamanho do enfarte e a probabilidade de morte”, refere Severo Torres, coordenador da Unidade de Cardiologia do Hospital Lusíadas Porto.
E os benefícios desta atuação rápida, diz o mesmo especialista, permitirão ainda “reduzir a probabilidade de futuras complicações e melhorar a qualidade de vida dos doentes”. E mais, acrescenta Filipe Basto: "Há situações onde o nosso sucesso [no Atendimento Urgente] é o início de um sucesso que o Hospital tem de organizar de forma cooperativa.
" É que os pacientes passam ainda pela Unidade de Cuidados Intensivos (para onde são encaminhados depois de estabilizados na Unidade de Dor Torácica) e acabam por ter alta do internamento geral com uma mesma estratégia de cuidados e com um plano de ambulatório que decorre desta sinergia entre diferentes unidades. Todos os serviços cooperam.
E este trabalho conjunto, iniciado com a Unidade da Dor Torácica, trouxe ainda outra vantagem, diz Filipe Basto: a de "ajudar o hospital a ter uma linguagem comum, um espírito comum." Uma outra via deverá avançar muito em breve na sequência desta lógica de integração: "Vai dedicar-se a um problema que tem que ver com o envelhecimento e fraturas”, anuncia o diretor clínico do Hospital Lusíadas Porto.
Por Sara Capelo
Este é um dos artigos que pode ler na Revista Lusíadas nº9.