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10 formas de ajudar alguém com depressão

Colaboração
O apoio dos amigos e da família é importante na recuperação. Saiba o que deve fazer (e dizer) para ajudar alguém com depressão.

A família - sobretudo, o pai - foram fundamentais na recuperação de Andrew Solomon. Mesmo nas fases em que o ensaísta norte-americano era consumido pela tristeza, saber que o pai estava sentado no canto da sua cama ou na divisão do lado segurou-o.

Como explica no livro "O Demónio da Depressão" (vencedor do National Book Award e editado, em 2016, pela Quetzal), o contacto humano é um dos melhores tratamentos para uma doença que afetava mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo em 2015, segundo as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A OMS chega a dizer que o apoio da família, amigos e cuidadores “facilita a recuperação da depressão” desde que quem queira ajudar alguém com depressão tenha consciência de que são necessárias paciência e perseverança. Eis o que deve fazer se nota em alguém próximo sinais de tristeza persistente, fadiga, alterações do apetite e do sono, perda de autoestima, ideias recorrentes de morte e/ou suicídio, entre outros sintomas.

10 formas de ajudar alguém com depressão

1. Saiba mais sobre a doença

Um dos primeiros passos para ajudar alguém com depressão é aprender as causas e os tratamentos desta doença.

2. Seja um bom ouvinte

Não se esqueça que o contacto com a família e com os amigos é importante para ajudar quem tem depressão a recuperar. Diga, claramente, que quer ajudar, oiça os problemas do seu amigo ou familiar sem o julgar. Muitas vezes, ouvir pode ser mais importante do que dar conselhos.

Estas são algumas perguntas que pode fazer se quer ajudar alguém com depressão:

  • Quando é que começaste a sentir-te assim?
  • Aconteceu alguma coisa para que agora te sintas assim?

E estas são algumas das coisas que pode dizer:

  • Não estás sozinho. Estou aqui.
  • Podes não acreditar, mas o que estás a sentir vai passar.
  • Eu posso não perceber exatamente o que estás a sentir, mas preocupo-me contigo e quero ajudar-te.

Evite dizer:

  • Está tudo na tua cabeça.
  • Todos passamos por momentos assim.
  • Não posso fazer nada.

3. Seja direto

Pergunte-lhe do que ele ou ela necessita de si.

4. Encoraje o seu amigo a procurar um profissional

Tal como não tentaria curar a diabetes do seu ente querido sem a ajuda de um médico, tenha presente que a ajuda de um especialista é importante no processo de recuperação de uma depressão. Ofereça-se para o acompanhar às consultas.

5. Ofereça ajuda em atividades básicas...

Uma pessoa com depressão pode sentir até dificuldade em vestir-se ou ir às compras. Mostre-se disponível para ajudar nestas questões mais práticas.

6. … mas encoraje-o também a fazê-las

Sentir que se é capaz de fazer as coisas pode ser importante. E motive-o a fazer atividade física ou a participar noutras interações sociais.

7. Mantenha os padrões

Garanta que a pessoa come e dorme de forma regular. Não cumprir as indicações à risca pode fazer com que a medicação não atinja o efeito pretendido. Por outro lado, suspendê-la abruptamente pode provocar o regresso dos sintomas – e estes podem manifestar-se de forma mais intensa.

8. Vigie a medicação

Ajude-o a tomá-la tal como prescrito pelo médico.

9. Leve as ameaças a sério

Se acha que o seu familiar ou amigo pode magoar-se (ou se já o fez), não o deixe sozinho. Esconda objetos com os quais ele ou ela se pode ferir e grandes quantidades de medicamentos.

10. Cuide de si para conseguir ajudar quem tem depressão

Quando se vive com alguém com depressão, encontrar formas de relaxar ou manter as suas atividades favoritas é essencial para ultrapassar as suas próprias dúvidas e preocupações. Pode sentir-se egoísta ou culpado, por exemplo, mas é importante que cuide de si.

E nas crianças?

Se nota no seu filho os tais sinais de tristeza persistente, alterações no apetite e no ciclo de sono, falta de interesse em atividades que antes o faziam feliz (como não querer brincar), alguma irritabilidade, choro excessivo, dificuldades de concentração na escola, então pode estar deprimido. Nestes casos, é essencial:

1. Detetar o que pode estar a incomodá-lo

Conversem sobre o que acontece em casa, na escola ou noutros meios que ele frequenta. Pergunte-lhe sobre o que está a preocupá-lo. E fale também com os amigos ou outras pessoas próximas.

2. Procure ajuda

Os conselhos de um profissional podem ajudá-lo. Tenha particular atenção a este ponto se a criança manifestar vontade de fazer mal a si mesma. Nestes casos, procure ajuda imediatamente.

3. Proteja-o dos problemas

Afaste-o das situações de stresse ou, caso existam, de violência.

4. Esteja atento às mudanças

A entrada na puberdade ou a mudança de escola são momentos-chave.

5. Estimule a máxima “Mente Sã em Corpo São”

Encoraje o seu filho a dormir o suficiente e a ter uma alimentação saudável e a fazer exercício físico regularmente. Promova atividades e passatempos que ele ou ela apreciam.

6. Façam atividades juntos

Organize o seu tempo para estar com o seu filho.

No Hospital Lusíadas Monsanto, encontra uma equipa especializada no tratamento de depressões. Se procura acompanhamento personalizado, nada como apostar numa unidade que se dedica à Saúde Mental, contemplando várias áreas de intervenção que se complementam.

 

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Revisão Científica

Dra. Carolina Malheiro

Dra. Carolina Malheiro

Hospital Lusíadas Monsanto

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