Regras para o uso de máscara
A Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou a sua recomendação sobre o uso de máscaras na comunidade. Diz que é de considerar o uso de máscaras por todas as pessoas que permaneçam em espaços interiores fechados com múltiplas pessoas, como medida de proteção adicional ao distanciamento social, à higiene das mãos e à etiqueta respiratória.
Até aqui, a Direção-Geral da Saúde (DGS) só recomendava o uso de máscara por suspeitos de infeção por COVID-19 ou pessoas que lhes prestassem cuidados. Mas as suas recomendações foram revistas. “De acordo com o Princípio da Precaução em Saúde Pública, e face à ausência de efeitos adversos associados ao uso de máscara, deve ser considerada a utilização de máscaras por qualquer pessoa em espaços interiores fechados com múltiplas pessoas”. A DGS alinha, assim, a sua recomendação relativa ao uso de máscara em comunidade com as recomendações da Organização Mundial da Saúde e o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), salientando que:
- O uso de máscaras na comunidade constitui uma medida adicional de proteção, pelo que não dispensa a adesão às regras de distanciamento social, de etiqueta respiratória, de higiene das mãos e a utilização de barreiras físicas, tendo que ser garantida a sua utilização adequada;
- Segundo o ECDC, não existe evidência científica direta que permita emitir uma recomendação a favor ou contra a utilização de máscaras não cirúrgicas ou comunitárias, pela população. Assim, por forma a garantir a priorização adequada da utilização de máscaras cirúrgicas, as máscaras não cirúrgicas (comunitárias ou de uso social) podem ser consideradas para uso comunitário nas situações aqui identificadas.
Desde o dia 3 de maio, é obrigatório o uso de máscaras para o acesso ou permanência em:
- Espaços e estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços;
- Serviços e edifícios de atendimento ao público;
- Estabelecimentos de ensino e creches pelos funcionários docentes e não docentes e pelos alunos maiores de seis anos;
- Transportes coletivos de passageiros.
"Esta obrigatoriedade é dispensada quando, em função da natureza das atividades, o seu uso seja impraticável", assinala, no entanto, a DGS.
Máscaras cirúrgicas e não-cirúrgicas
A DGS distingue entre:
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Respiradores
"Um equipamento de proteção individual cuja principal função é proteger da inalação de partículas (< 5 micrómetros de tamanho) suspensas no ar (protege da contaminação do exterior para o interior do respirador). Os respiradores são usados principalmente pelos profissionais de saúde para se protegerem, especialmente durante os procedimentos de geração de aerossóis";
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Máscaras cirúrgicas
"É um dispositivo que permite a contenção de gotículas (> 5 micrómetros de tamanho) que a pessoa vai expelindo durante a tosse, espirro ou fala. Além da função de contenção das gotículas expiradas, a máscara cirúrgica também o protege da inalação de gotículas, apesar de ter menos capacidade de filtração do que os respiradores. Estas máscaras deverão ser utilizadas por um período máximo de 4 a 6h, devendo ser trocadas, por uma nova, sempre que se encontrem húmidas";
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Máscaras não-cirúrgicas, comunitárias ou de uso social
"É um dispositivo de diferentes materiais têxteis, certificado, destinado à população geral. Caso se destinem à utilização por profissionais que tenham contacto frequente com o público, devem garantir nível mínimo de filtração de 90% e caso se destinem à população em geral, devem garantir um mínimo de filtração de 70%. São utilizadas como barreira para complementar as medidas de proteção e das regras de distanciamento, mas não as substituindo".
Máscaras cirúrgicas e respiradores
A utilização de respiradores é recomendada a:
- Profissionais de saúde;
- Outras profissionais a quem, segundo o risco ocupacional, esteja recomendado.
A utilização de máscaras cirúrgicas é recomendada a:
- Profissionais de saúde;
- Pessoas com COVID-19;
- Pessoas com sintomas de infeção respiratória como febre, tosse ou dificuldade respiratória;
- Cuidadores de pessoas com COVID-19;
- Pessoas no interior de instituições de saúde;
- Pessoas com estados de imunossupressão;
- Pessoas com doenças crónicas;
- Idosos (mais de 65 anos de idade);
- Profissionais com elevado risco de exposição (para maior detalhe consultar a Orientação nº 019/2020 de 3 de abril da Direção-Geral da Saúde);
- Todas as pessoas que permaneçam em espaços interiores fechados com múltiplas pessoas, como medida de proteção adicional ao distanciamento social, à higiene das mãos e à etiqueta respiratória.
Máscaras não-cirúrgicas
Já a utilização de máscaras não-cirúrgicas é recomendada a “todas as pessoas que permaneçam em espaços interiores fechados com múltiplas pessoas, como medida de proteção adicional ao distanciamento social, à higiene das mãos e à etiqueta respiratória.”
Como (não) usar uma máscara
A DGS sublinha que “a utilização de máscaras pela população implica o conhecimento e domínio das técnicas de colocação, uso e remoção, e que a sua utilização não pode, de forma alguma, conduzir à negligência de medidas fundamentais como o distanciamento social e a higiene das mãos.”
Para que a proteção da máscara seja eficaz, a máscara deve cobrir a área desde o nariz até ao queixo e ajustar-se bem ao rosto para que não haja fugas. Deve também ter algum tipo de material filtrante, ser feita de material não irritante para a pele (de preferência, 100% algodão, sem elastano) e permitir respirar sem restrições.
A máscara deve ser retirada pelos atilhos, sem tocar no rosto ou na própria máscara, e as mãos devem ser lavadas de imediato com água e sabão durante, pelo menos, 20 segundos. Enquanto as máscaras cirúrgicas devem ser descartadas num contentor fechado após o seu uso - em média durante 4h a 6h ou até ficarem húmidas -, as máscaras de uso social podem ser lavadas na máquina regularmente, de acordo com informação do norte-americano Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
Máscaras e risco de infeção
De acordo com a DGS, a utilização de máscaras pela população “é um ato de altruísmo, já que quem a utiliza não fica mais protegido, contribuindo, isso sim, para a proteção das outras pessoas, quando utilizada como medida de proteção adicional.”
De facto, e de acordo com o ECDC, não há evidência de que o uso de máscara seja eficaz a prevenir a infeção pelo vírus e é, até, possível que o seu uso aumente o risco de infeção ao criar uma falsa sensação de segurança e ao aumentar o contacto entre mãos, boca, nariz e olhos durante o seu uso.
É por isso que é tão importante garantir o uso adequado da máscara e complementá-lo com as medidas de distanciamento social, higiene das mãos e etiqueta respiratória.
Como colocar a máscara?
A explicação da Direção-Geral da Saúde no vídeo em baixo: