Vasectomia: o que deve saber
O que é a vasectomia?
Usada como meio de contraceção, a vasectomia consiste na laqueação dos canais deferentes, que transportam para as vesículas seminais os espermatozoides, lançados na uretra através dos canais ejaculadores. A finalidade da vasectomia é impedir a progressão dos espermatozoides e obter a esterilização masculina. Implica apenas duas pequenas incisões laterais no escroto (inferiores a um centímetro), para permitir a interrupção cirúrgica dos canais, que são seccionados e obstruídos bilateralmente, sendo a incisão na pele posteriormente encerrada com sutura adesiva ou pontos absorvíveis.
É um procedimento muito rápido, de 20 a 30 minutos, realizado em ambulatório e com anestesia local. Só em casos muito específicos — alguém que esteja muito ansioso, por exemplo — se recorre a anestesia geral. Por regra, menos de uma hora depois, a pessoa sai pelo seu próprio pé do hospital e pode retomar a sua vida normal, sem complicações.
Eficácia do método
A vasectomia é um método de contraceção seguro, superando mesmo a pílula em taxa de eficácia. A probabilidade de falha e consequente gravidez é inferior a 0,5 - 1%.
No entanto, o resultado só deve ser considerado no mínimo três meses depois da cirurgia e após a garantia absoluta da esterilidade. Para isso é necessária a realização de um espermograma cerca de três meses após o procedimento, que confirme a ausência total de espermatozoides no ejaculado (azoospermia). Há espermatozoides nas vesículas seminais que surgem nas ejaculações seguintes e até o espermograma confirmar a azoospermia, é necessário manter a proteção.
Implicações da cirurgia
A vasectomia não tem contraindicações, além das dúvidas que possa suscitar, o risco de infeção ou presença de hematomas é quase nulo e também não tem qualquer implicação no desempenho sexual. Não altera nada: a ejaculação continua igual (os espermatozoides são apenas um dos muitos componentes do ejaculado) e o homem contínua a ter orgasmo da mesma maneira.
A quem se destina
Por motivos éticos e legais, a vasectomia não deve ser feita a menores de 25 anos e, mesmo depois dessa idade, é uma opção que deve ser discutida com o casal e o médico especialista. Normalmente, a vasectomia como método contracetivo é uma escolha pensada por casais já com alguns filhos.
Apesar disso, é importante lembrar que por vezes surgem divórcios e uniões que vêm alterar a decisão de não querer ter mais filhos. Ainda que a vasectomia não signifique a impossibilidade de vir a ter filhos novamente, se existem dúvidas, não deve ser feita.
Voltar a ter filhos: a vasectomia é irreversível?
A vasectomia pode ser reversível, embora não seja um processo fácil. Quando em causa estão os canais deferentes, é relevante saber que estamos a falar de ligações tubulares com o diâmetro da carga de uma esferográfica, com paredes grossas e um espaço interior (lúmen) fino como uma agulha, por onde circulam os espermatozoides.
A microcirurgia de reversão da vasectomia nem sempre resulta, podendo revelar-se impossível. Por esse motivo, quando existe vontade de voltar a ter filhos, a opção passa muitas vezes por retirar os espermatozoides diretamente dos testículos, através de uma punção, para fecundação em laboratório e tentativa de gravidez recorrendo a técnicas de fertilização in vitro.