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Alcoolismo nas mulheres

Doença comum, mas escondida, o alcoolismo nas mulheres é explicado por Ana Peixinho, médica psiquiatra e Diretora Clínica do Hospital Lusíadas Monsanto.

O alcoolismo nas mulheres é particularmente grave porque o seu organismo tem menor capacidade de metabolizar grandes quantidades de álcool.

Razões que levam a beber

  • Desemprego e precariedade no emprego;
  • Isolamento;
  • Antecedentes de abuso sexual na infância,
  • Divórcio e problemas conjugais;
  • Saída dos filhos de casa.

"A associação entre perturbações psiquiátricas e o alcoolismo é particularmente marcante nas mulheres", diz Ana Peixinho,"nomeadamente perturbações depressivas e de ansiedade, que requerem também tratamento psiquiátrico para que se possa controlar o problema de consumo de álcool."

Quando diagnosticar o alcoolismo nas mulheres

Uma mulher é alcoólica quando tem uma dependência em relação ao consumo de álcool que origina problemas físicos, psicológicos ou sociais. A dependência alcoólica na mulher inicia-se mais tarde que no homem e as consequências do consumo excessivo são mais rápidas, ou seja, as complicações decorrentes do abuso demoram menos tempo a instalar-se, pois o organismo feminino tem menor capacidade de metabolizar grandes quantidades de álcool.

Como bebem as mulheres

  • Sozinhas

O ato é vivido com culpa;

  • Cedo de manhã

Visa a obtenção de um efeito euforizante ou ansiolítico;

  • Rapidamente

A ingestão do álcool é rápida e pouco enraizada em convívios sociais.

O estigma

O alcoolismo nas mulheres é mais reprovado socialmente e mais apontado com atitudes moralistas. O medo do estigma, reprovação social e perda dos filhos contribuem para uma dependência “escondida” até muito tarde.

Solução

  • Assumir a dependência

Antes de mais assumir a sua dependência e tratá-la procurando ajuda junto da família, do seu médico assistente e do psiquiatra. Quanto mais tarde o diagnóstico, mais difícil será o tratamento.

  • Não ter vergonha

É fundamental perceber que os técnicos de saúde não pretendem julgar mas sim identificar o problema e iniciar um tratamento precoce aproveitando fases da vida em que exista motivação e rede de suporte.

  • O estigma social dificulta a resolução do problema

Compreender que esta é uma doença comum que se mantém escondida e “abafada” pela vergonha, reprovação e sentimentos negativos e culpabilizantes da mulher alcoólica.

Tratamento

O tratamento é avaliado caso a caso e inclui psicofármacos e psicoterapia. Em casos selecionados poderá ser considerado o internamento em programa de desabituação alcoólica.

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Revisão Científica

Dra. Ana Peixinho

Dra. Ana Peixinho

Coordenador da Unidade de Psicologia , Psiquiatria , Neuropsicologia

Hospital Lusíadas Lisboa
Hospital Lusíadas Monsanto

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