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Febre Amarela: O que é, sintomas, prevenção, tratamento e países com risco de transmissão

Ao longo do ano, mas especialmente na altura das férias, é comum viajarmos para destinos tropicais ou mais quentes. No entanto, devido a um conjunto de fatores, alguns países podem ser propícios à contração de certas doenças, como é o caso da febre amarela. É importante verificar e aconselhar-se acerca das potenciais doenças que afetam o país para o qual está a viajar, de forma a prevenir o contágio, reconhecer os primeiros sinais de alerta e saber quando procurar ajuda médica.

O que é?

A febre amarela é uma doença viral aguda transmitida pela picada de mosquitos infetados e consequente inoculação do vírus que provoca a doença. O seu período de incubação (tempo entre o contágio e o início dos sintomas) é de 3 a 6 dias. 
A origem desta designação advém do facto de o doente poder apresentar icterícia, ou seja, coloração amarelada na pele e nos olhos.

Quais os sintomas?

O diagnóstico inicial da febre amarela é difícil, pois os seus sintomas podem ser semelhantes aos de muitas outras doenças, ou mesmo mimetizar uma síndrome gripal. 
Contudo, existem testes laboratoriais que podem ajudar no diagnóstico com a identificação do vírus e deteção de anticorpos específicos.

Os sintomas iniciais podem incluir:

- Febre; 
- Dores de cabeça; 
- Dores musculares; 
- Falta de apetite; 
- Mal-estar geral ou náuseas; 
- Vómitos; 
- Fadiga.

Nos casos mais simples a recuperação pode acontecer em alguns dias, embora possam persistir alguns sintomas gerais, como a fadiga, durante algum tempo.

Nos casos mais graves, pode existir:

- Febre alta; 
- Coloração amarelada da pele e/ou olhos (icterícia); 
- Hemorragia do tubo digestivo, nariz e/ou olhos; 
- Falência de múltiplos órgãos ou até um estado de choque ou colapso circulatório.

A taxa de mortalidade em doentes com estes sintomas pode ser bastante elevada, chegando mesmo aos 50%.

Como prevenir a febre amarela

Antes de viajar para destinos tropicais, é importante procurar previamente informação sobre quais os cuidados a ter. A melhor forma de obter aconselhamento sobre quais os países de risco e de como prevenir e agir em caso de infeção é através da Consulta do Viajante.

Esta consulta deve ser realizada entre 4 a 6 semanas antes da viagem.

A boa notícia é que existe uma vacina contra a febre amarela. A vacina é considerada segura e eficaz, embora a sua utilização deva ser feita segundo regras bem estabelecidas. A vacina confere, por regra, imunidade para o resto da vida.

Como podem existir algumas contraindicações à sua toma, deve aconselhar-se sempre com o seu médico sobre a sua administração. Caso a vacina não possa ser administrada e seja mesmo imperativo viajar, a melhor maneira de se proteger é evitar as picadas de mosquitos com roupa ou repelentes próprios para o efeito. É importante que a aplicação seja feita de acordo com as indicações de cada produto. Podem utilizar-se também produtos de proteção na roupa. 
As condições de proteção ambiental, como por exemplo a utilização de ar condicionado em quartos ou espaços fechados, são também muito importantes.

Tratamento

Não existe um tratamento específico para a febre amarela. Por isso, é crucial ser capaz de reconhecer os primeiros sintomas e procurar o mais rapidamente possível ajuda, para otimizar a probabilidade de recuperação.

Países com risco de transmissão

Este vírus é endémico (existe sempre) em regiões tropicais e subtropicais de África, América Central e América do Sul, não existindo, no momento, em nenhum país da Ásia ou da Europa. 
No continente africano, encontra-se maioritariamente em países na região subsariana, região onde a vacina é geralmente recomendada. 
Na América Central e do Sul, a vacinação pode ser recomendada de acordo com o destino específico.

A Organização Mundial da Saúde disponibiliza no seu site mapas e listas detalhadas com a informação do status de cada país em relação à probabilidade de transmissão deste vírus, mas esta situação é dinâmica e pode mudar, motivo pelo qual há toda a conveniência em marcar, com a devida antecedência, uma Consulta do Viajante, sempre que estiver a planear a sua próxima viagem.

A prevenção é o melhor remédio. 
 

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Revisão Científica

Dr. Filipe Basto

Dr. Filipe Basto

Hospital Lusíadas Porto
Hospital Lusíadas Paços de Ferreira
PT