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Fiz análises ao sangue: o que são Eritrócitos e o que significa o seu valor?

Colaboração
Ao receber os resultados das análises ao sangue, é natural que queira perceber os resultados. Compreenda melhor o que são os eritrócitos e o que significa o seu valor nas suas últimas análises.

Seja numa situação de rotina ou como parte de um processo de diagnóstico, muitos de nós já passaram pela experiência de fazer análises ao sangue. Assim, ao receber os resultados, é comum encontrarmos uma lista de componentes e indicadores que podem parecer complexos e difíceis de compreender.

Embora a interpretação desses dados deva ser feita por um profissional de saúde especializado e considerada dentro do contexto geral da saúde, é natural que a curiosidade nos leve a tentar decifrá-los.

Entre os elementos analisados, os eritrócitos, ou glóbulos vermelhos, desempenham um papel crucial no nosso corpo. Mas o que são exatamente e como podemos avaliar os seus valores? Continue a ler para descobrir a sua importância enquanto indicador da nossa saúde.

Eritrócitos: o que são e porquê testar?

Os eritrócitos, também conhecidos como hemácias ou glóbulos vermelhos, são células fundamentais para o bom funcionamento do organismo. Produzidos na medula óssea, levam cerca de sete dias para atingirem a maturidade antes de serem libertados na corrente sanguínea. Estas células contêm hemoglobina, uma proteína cuja principal função é transportar oxigénio dos pulmões para os tecidos e órgãos.

Durante esse processo, os eritrócitos recolhem o oxigénio nos pulmões e, após distribuí-lo pelo corpo, transportam o dióxido de carbono de volta para os pulmões, onde é eliminado. A quantidade de oxigénio que atinge as diversas partes do corpo depende diretamente da quantidade deste elemento no sangue, sendo essencial para o funcionamento adequado dos órgãos e a produção de energia.

Os eritrócitos são os componentes mais abundantes do sangue. Em apenas uma ou duas gotas, há cerca de um milhão de glóbulos vermelhos, representando aproximadamente 40% de todas as células sanguíneas. Através da hemoglobina, são responsáveis pela coloração avermelhada.

Estas células, que têm um formato de disco achatado e redondo com um afundamento central, são microscópicas e não possuem núcleo. Esta ausência de núcleo permite-lhes alterar a forma e movimentar-se com mais facilidade através do sistema circulatório. No entanto, a falta de núcleo também implica que os eritrócitos tenham uma vida útil limitada, durando em média cerca de 120 dias. À medida que vão envelhecendo, são eliminados pela medula óssea, pelo baço e pelo fígado.

A contagem de eritrócitos é uma parte fundamental do hemograma, um exame que analisa as células do sangue e que conta o número de glóbulos vermelhos, mas também avalia o seu tamanho e forma. Esses resultados são cruciais para diagnosticar e monitorizar doenças do sangue, como a anemia, entre outras, e para identificar deficiências nutricionais, como a falta de ácido fólico ou vitamina B12, essenciais para a produção de eritrócitos.

Valores de referência

Os valores de referência da contagem das diferentes células sanguíneas, incluindo os glóbulos vermelhos, podem variar consoante o género e a idade. Em geral, as mulheres tendem a ter uma contagem inferior à dos homens e, em ambos, essa contagem também tende a diminuir com o avançar dos anos.

Hematologia   

 

O que significam os diferentes valores

Embora a interpretação dos resultados deva ser sempre realizada por um profissional de saúde e através de uma análise global das características de saúde do doente, algumas condições ou fatores podem causar uma contagem de eritrócitos fora dos valores de referência.

  • Eritrócitos elevados (policitemia): 

    Algumas doenças podem resultar em valores anormalmente elevados de eritrócitos, tais como:

- Insuficiência cardíaca e problemas cardíacos congénitos; 
- Tipos raros de cancro no sangue e tumores renais; 
- Apneia do sono e condições pulmonares que reduzem os níveis de oxigénio, como enfisema ou fibrose pulmonar;
- Hábitos como o tabagismo, o uso de substâncias para aumentar a performance (como esteroides) e viver em locais de elevada altitude também podem contribuir para essa alteração.

Geralmente essa contagem aumenta o risco de formação de coágulos, o que pode acarretar complicações cardiovasculares.

  • Eritrócitos baixos (anemia):

    Uma contagem baixa de glóbulos vermelhos pode comprometer a capacidade da hemoglobina de transportar oxigénio adequadamente para os órgãos e tecidos.
    As causas da anemia são diversas e incluem:

- Hemorragias excessivas, sejam repentinas ou crónicas;
- Deficiência de nutrientes essenciais para a produção de eritrócitos, como ferro, vitamina B12, ácido fólico ou vitamina C;
- Doenças que afetam a absorção de nutrientes, como do foro intestinal;
- Doenças crónicas como insuficiência renal, diabetes e artrite reumatoide;
- Doenças autoimunes;
- Problemas que afetam a medula óssea, como linfomas e leucemias;
- Doenças do sangue, como anemias hereditárias.

Sinais de que deve marcar uma consulta

Muitas vezes, as pessoas não se apercebem que têm alterações nos valores dos glóbulos vermelhos até realizarem análises ao sangue. No entanto, existem sinais de alerta que podem indicar anemia ou policitemia, tais como:

•    Fadiga constante; 
•    Falta de ar ou dificuldade em respirar; 
•    Dores de cabeça recorrentes; 
•    Dores articulares; 
•    Falta de força; 
•    Dor e sensação de aperto no peito;
•    Batimentos cardíacos irregulares; 
•    Falta de equilíbrio e tonturas; 
•    Palidez; 
•    Frio nas extremidades; 
•    Formigueiro ou dormência; 
•    Sensação de comichão persistente na pele; 
•    Visão turva.

Estes sintomas muitas vezes passam despercebidos ou são atribuídos a outras questões de saúde ou estilo de vida. Por isso, é fundamental realizar exames médicos regulares, especialmente com o avançar da idade ou quando existem condições clínicas que exigem monitorização contínua.

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Revisão Científica

Dra. Tânia Mota

Dra. Tânia Mota

Clínica Lusíadas Faro
Hospital Lusíadas Vilamoura
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