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Terapia da fala: quando procurar um especialista?

Podemos recorrer a um terapeuta da fala mesmo quando ainda não sabemos falar. A intervenção precoce ajuda a prevenir problemas que podem comprometer uma aprendizagem saudável. A Unidade de Otorrinolaringologia do Hospital Lusíadas Porto indica como e quando deve procurar este tipo de ajuda.

Sempre que se verifiquem alterações no domínio da comunicação, linguagem (oral ou escrita), articulação, fluência, voz, audição, motricidade orofacial, sucção, mastigação e deglutição, deve-se recorrer à avaliação de um especialista em terapia da fala. 

A Unidade de Otorrinolaringologia do Hospital Lusíadas Porto, ajuda a identificar o momento certo para procurar ajuda. É fundamental que os pais estejam atentos a um conjunto de sinais de alerta ao longo do crescimento da criança, permitindo diagnosticar precocemente possíveis patologias e intervir no "timing" mais adequado. Na idade pré-escolar, a terapia da fala maximiza competências linguísticas e comunicativas.

Sinais de alerta que podem indicar a necessidade de avaliação e de terapia da fala

Dos 0-6 meses:

  • Não reage a sons;
  • Não sorri;
  • Não estabelece contacto ocular.

Dos 6-12 meses:

  • Não emite sons (e.g "mamama" ou "bababa");
  • Não reage ao seu nome;
  • Não reage a sons familiares.

Dos 12-18 meses:

  • Não brinca;
  • Não produz monossílabos;
  • Não reage ao interlocutor, olhando ou sorrindo quando brinca com ele;
  • Não recorre à imitação.

Dos 18-24 meses:

  • Não compreende instruções simples;
  • Apresenta um vocabulário reduzido (entre 4 a 6 palavras);
  • Não diz palavras simples.

Dos 2-3 anos:

  • Apresenta um vocabulário reduzido (inferior a 200 palavras);
  • Não questiona;
  • Não constrói uma frase com duas ou mais palavras;
  • Dificuldade em imitar gestos simples associados a canções infantis;
  • Recorre mais a gestos do que a palavras para comunicar.

Dos 3-4 anos:

  • O padrão de fala é pouco inteligível aos interlocutores da criança (pais e o adulto estranho);
  • Não produz frases simples;
  • Utiliza frequentemente palavras do tipo "isto" e/ou "coisa" em vez da nomeação correta;
  • Dificuldade em compreender ordens simples, a não ser que sejam ditas de forma adaptada (muito lentamente e/ou acompanhadas por pistas visuais - gestos, apontar, olhar).
O Dr. Miguel Coutinho esclarece as suas dúvidas
 

Dos 4-5 anos:

  • Omite e/ou troca sons nas palavras;
  • Dificuldade em iniciar ou repetir uma palavra, parecendo gaguejar;
  • Dificuldade para contar uma história e/ou para descrever acontecimentos simples, da rotina diária;
  • Dificuldade em cumprir duas instruções simples;
  • Dificuldade em falar ou responder a questões relacionadas com o "ontem" ou o "amanhã".

Dos 5-6 anos:

  • Mantém alterações na articulação correta das palavras;
  • Utiliza frases mal estruturadas;
  • Discurso incoerente, desorganizado e desadequado à questão que lhe é colocada;
  • Dificuldade em manter e explorar um determinado tópico de conversa, com princípio, meio e fim;
  • Não consegue dividir as palavras em sílabas e as sílabas em fonemas;
  • Dificuldade em discriminar os sons da fala, ou seja, quando ouve "bota" e "mota", a criança não identifica diferenças nas palavras.
A terapia da fala pode prevenir problemas na criança e no adulto (educadores, professores e auxiliares de educação) a partir da realização de rastreios auditivos e vocais e da implementação de check-list de Linguagem e Comunicação/Interação nos diferentes contextos (instituições de ensino pré-escolar, escolar e universitário).

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Terapia da Fala

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Revisão Científica

Dr. Miguel Bebiano Coutinho

Dr. Miguel Bebiano Coutinho

Hospital Lusíadas Porto
PT