23 Junho 2020

Três exemplos de sucesso atestam diferenciação da Cardiologia de Intervenção

O Hospital Lusíadas Lisboa recebeu Kambis Mashayekhi, um dos principais especialistas mundiais em angioplastias coronárias percutâneas para casos de oclusões coronárias totais

Pedro Cardoso, Cardiologista de Intervenção do Hospital Lusíadas Lisboa, liderou a equipa que no sábado realizou o procedimento de angioplastia coronária em três casos de doentes com oclusões crónicas totais, contando com aquele que é considerado um dos maiores especialistas mundiais na área.

Na presença de Kambis Mashayekhi os três procedimentos foram concluídos com sucesso, permitindo que os doentes possam vir a beneficiar com "diminuição dos sintomas, melhoria da qualidade de vida e, possivelmente, um benefício de prognóstico a longo prazo", afirma Pedro Cardoso.

Mais três casos que assim se juntam à longa lista de angioplastia em situações de oclusão crónica total no currículo do especialista alemão que, devido à especialização e experiência em casos de maior complexidade, regista taxas de sucesso superiores a 90% num procedimento onde a média ronda os 60%.

"Nestes casos, ao contrário de uma angioplastia normal, que tem uma taxa de sucesso próxima dos 100%, não podemos garantir o sucesso, devido à complexidade do caso. Contar com a presença de alguém que faz mais de 350 casos destes por ano, permite-nos conseguir dar resposta a desafios encontrados durante o procedimento e com os quais não nos deparamos numa angioplastia normal", explica Pedro Cardoso.

"Aumenta consideravelmente a probabilidade de sucesso e o facto é que, embora tenhamos avisado previamente os doentes para a possibilidade de não alcançarmos os objetivos na totalidade, conseguimos alcançá-los e fomos bem sucedidos nos três procedimentos", acrescenta este Cardiologista de Intervenção do Hospital Lusíadas Lisboa .

Como já dissemos o sucesso permite na grande maioria dos casos uma diminuição dos sintomas, melhoria da qualidade de vida e possivelmente um benefício prognóstico a longo prazo. Nos casos de insucesso a terapêutica médica é uma opção mas nem sempre resolve os sintomas e a respetiva melhoria de qualidade de vida que os doentes podem esperar.

E o que leva este médico alemão a registar taxas de sucesso tão superiores a outros especialistas? "Tem que se treinar muito, treinar a mentalidade e acreditar em nós próprios", resume Kambis Mashayekhi, confirmando que o "treino e a experiência são fundamentais" mas defendendo que "a habilidade de mãos, em si, não é suficiente".

"Acredito que também é algo está no nosso cérebro, que tem a ver com a nossa força mental. Em alguns cenários, em que temos de trabalhar 4 ou 5 horas num doente, temos de continuar a acreditar no sucesso e para isso penso que é necessária uma força mental muito grande", acrescenta o especialista alemão, que desde 2016 é o responsável por este tipo de procedimentos no Heartcenter da Universidade de Freibrug, um dos principais centros mundiais da especialidade - "nos últimos cinco anos executámos mais de 2.900 procedimentos de angioplastia em oclusão crónica total", indica como exemplo da dimensão do centro.

Kambis Mashayekhi explica ainda a sua vinda, naquela que foi a sua primeira participação internacional desde o início do período pandémico, com o facto de a equipa de cardiologia de intervenção do Hospital Lusíadas Lisboa ter médicos cada vez mais focados neste procedimento", capazes de dar resposta aos casos mais complexos e numa Unidade que oferece todas as condições para uma prática clínica de excelência.