O que são próteses dentárias?
As próteses dentárias são dispositivos orais que substituem os dentes ausentes e, consequentemente, recuperam a função mastigatória. Conforme explica o especialista em Medicina Dentária na Lusíadas Dental Clínica Amoreiras, João Massas, trata-se de uma solução eficaz para a reabilitação dentária, depois da perda parcial ou total dos dentes.
Tipos de próteses
As próteses dentárias podem ser removíveis, ou seja, “removidas e colocadas diariamente”, e dividem-se, assim, em dois tipos:
- Há as próteses acrílicas, que são muco-suportadas, em que “a retenção da prótese é dada pelo abraçamento dos tecidos mucosos e, por isso, são próteses tipicamente mais volumosas”.
- Existem ainda as próteses esqueléticas, que são dento-suportadas. “Na base da prótese, existe uma estrutura metálica com ganchos e apoios, que assentam sobre os dentes, conseguindo ter maior retenção do que as primeiras e um corpo mais reduzido”, diz o médico.
Como alternativa às próteses dentárias removíveis, há as próteses fixas, que são “as próteses que mais conforto conseguem proporcionar”, uma vez que são a alternativa mais aproximada à dentição natural, no que refere à sua forma, estética e função. Essas podem ser suportadas sobre dentes ou implantes, em sistemas cimentados ou aparafusados.
Em que circunstâncias é que se usam
Devem usar-se próteses dentárias sempre que há ausência de dentes e, consequentemente, um declínio da função mastigatória. “A dentição completa de um maxilar, excluindo os dentes do siso, é composta por 14 dentes. Se o paciente apenas tiver metade desses dentes, naturalmente que não só a sua saúde dentária fica comprometida, mas também a sua capacidade mastigatória.”
Como é que se escolhem
Todas as reabilitações obrigam a um criterioso diagnóstico e planeamento do caso, com uma análise prévia de todos os fatores. “A estabilidade e o sucesso a longo prazo de qualquer reabilitação dentária também requer uma boa manutenção diária do paciente, seguindo as indicações do seu médico dentista, assim como visitas periódicas no consultório dentário”, diz.
Sendo possível, e falando especificamente de uma reabilitação total, de um maxilar ou de uma arcada, “a melhor reabilitação, aquela que vai proporcionar mais conforto, é uma reabilitação total fixa sobre implantes”, afirma o médico.
Por outro lado, excluindo a hipótese da prótese fixa, entre uma prótese acrílica ou uma esquelética, “o que deve ser avaliado é o número de dentes que o paciente ainda tem e se esses dentes estão bons, não só ao nível estrutural como no que respeita à sua retenção nos tecidos mucosos e ósseos do paciente”, diz, explicando: “Para fazermos uma prótese esquelética, precisamos de ter bons dentes pilares, dentes que possam suportar a retenção da prótese.”
As vantagens e desvantagens
Ao comparar as próteses acrílicas com as esqueléticas, o médico dentista não tem dúvidas. “Sempre que considero possível, tento fazer uma prótese esquelética”, diz, justificando ser mais confortável. Ainda assim, uma e outra têm vantagens e inconvenientes.
Comparando ambas, a prótese esquelética por vezes pode ser menos apelativa esteticamente, por ter ganchos metalizados, mas há que fazer um balanço entre a função e a estética. Pelo contrário, “a prótese acrílica é menos percetível”, mas também é muito mais volumosa e “tem muito menos retenção do que uma prótese esquelética”.
A prótese esquelética tem ainda outra desvantagem: está muito dependente da saúde dos dentes que a vão segurar.
Implantes como alternativa ideal à reabilitação removível
“A reabilitação com implantes dentários é, sem dúvida, a mais confortável para o paciente, não só por ser uma reabilitação fixa, bem como por ser a alternativa que melhor reproduz as funções dos dentes naturais, no que respeita à mastigação, à estética e à fonética”, diz o médico dentista.
Os implantes dentários são maioritariamente peças em titânio que, através de um procedimento cirúrgico simples e de um período de cicatrização, ficam osteointegrados no osso da maxila ou da mandíbula do paciente, podendo reabilitar apenas um dente através de uma coroa, um maior número de dentes recorrendo a uma ponte, ou mesmo uma arcada completa, no caso das próteses totais sobre implantes dentários.
“A área da implantologia oral, bem como as restantes da Medicina Dentária, tem evoluído bastante nas últimas décadas, proporcionando diversas alternativas no que respeita à reabilitação de cada paciente, permitindo não só uma melhoria da qualidade de vida, bem como em muitas situações uma melhoria da sua autoestima”, garante o médico.
Cuidados a ter
Independentemente da reabilitação em causa, é essencial manter uma higiene cuidada.
No caso das próteses removíveis:
- O paciente deve remover a prótese durante o período da noite e fazer uma higienização apertada da mesma diariamente.
- Há que assegurar um cuidado redobrado com os dentes pilares, uma vez que, por exemplo, no caso das próteses esqueléticas, esta está muito dependente da saúde desses dentes.
- É preciso que a prótese seja inserida e retirada com cuidado, de forma a não traumatizar os tecidos.
No caso da prótese fixa sobre implantes:
Em casa, a pessoa é instruída a usar irrigadores de água de forma a poder remover os restos alimentares que fiquem acumulados nas zonas onde a escova não chega, bem como utilizar fios e escovilhões dentários específicos, para não permitir essa mesma acumulação de detritos alimentares.
“A prótese deve ser higienizada com regularidade no consultório”, alerta, concluindo: “É muito importante para a saúde dos implantes e consequente estabilidade do trabalho essa consulta periódica, de forma a podermos colmatar alguma lacuna na higienização diária do paciente."