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COVID-19: conselhos para quem tem doença crónica

Além dos idosos, as pessoas com doenças crónicas são quem corre maior risco de doença grave por COVID-19. Neste grupo incluem-se pessoas com doenças cardiovasculares, doença respiratória crónica, diabetes, insuficiência renal e doença oncológica. Tome nota dos cuidados a adotar.

Há medidas comuns que devem ser adotadas por quem tem risco de doença grave por COVID-19. Segundo a Direção-Geral da Saúde, estas pessoas devem:

  • Tomar precauções diárias, mantendo a distância de outras pessoas;
  • Afastar-se de pessoas doentes quando saírem;
  • Limitar os contactos próximos;
  • Lavar frequentemente as mãos e evitar multidões;
  • Devem, ainda, manter-se em casa, sobretudo se houver um foco de doença na sua comunidade;
  • Deverão manter-se atentas aos sinais e sintomas e ligar para o SNS 24 se ficarem doentes.

Todas estas medidas devem ser adotadas por pessoas idosas e por quem sofre de doença crónica, mas acrescem cuidados específicos em função de cada doença.

Doenças cardiovasculares

Segundo a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, as pessoas com doenças cardiovasculares têm um “acréscimo significativo de complicações e de mortalidade que pode atingir 10,8% comparada com 2,5% da população infectada em geral.” Devem, por isso, adotar “medidas preventivas adicionais às estabelecidas para a população em geral”, nomeadamente:

  • Evitar deslocar-se ao hospital ou centro de saúde a menos que seja estritamente necessário procurando contactar telefonicamente ou por via informática o seu médico assistente ou outros profissionais de saúde; permanecer no domicílio deslocando-se ao exterior apenas se estritamente necessário;
  • Mesmo no domicílio lavar as mãos com frequência, desinfetar regularmente os materiais tocados por outros (maçanetas de portas, corrimão, teclados de computador), evitar contactos interpessoais sobretudo se houver alguma suspeição de contágio, ainda que vaga;
  • Verificar a temperatura corporal do próprio e com quem contacte diariamente ainda que no mesmo domicílio, se existir alguma suspeição de contágio;
  • Promover medidas genéricas de estimulação imunológica nomeadamente alimentar-se bem, dormir adequadamente e reduzir os níveis de stresse;
  • Vacinar-se para o vírus da gripe habitual (influenza) e para a pneumonia bacteriana com a vacina pneumocócica, dado o risco acrescido de infecção bacteriana secundária à infecção pelo COVID-19.

Doença respiratória crónica

A Fundação Portuguesa do Pulmão sublinha a importância do uso de máscara por quem tem uma suscetibilidade acrescida, o que inclui todas as pessoas com doenças crónicas ou com idade superior a 60 anos. “Este equipamento (...)  a partir de agora deve ser utilizado por todas as pessoas que tenham suscetibilidade acrescida, sobretudo em contextos de grandes aglomerados (por exemplo, transportes públicos) ou frequência dos serviços de saúde.”

Já a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) vem sublinhar, em comunicado, a importância de manter quadros de asma e rinite alérgica sob controlo. “A asma que não esteja bem controlada poderá contribuir para uma maior gravidade do quadro que se associe à eventual infeção COVID-19 em asmáticos”, justifica. A recomendação é para que “todas as pessoas com asma e também a todas as pessoas com rinite alérgica, para além das medidas preconizadas de higiene e de isolamento social, mantenham uma boa adesão ao tratamento preventivo diário.

Os medicamentos devem ser tomados nas doses e à hora recomendada pelo médico alergologista assistente para que se consigam prevenir ao máximo eventuais crises asmáticas.” Em caso de crise, “os doentes deverão reforçar a sua medicação de acordo com o plano que o seu alergologista tenha elaborado, procurando não recorrer a serviços de urgência hospitalares a não ser que seja estritamente necessário.” Em tudo o resto, os doentes deverão seguir as indicações da Direção-Geral da Saúde e, se tiverem qualquer situação que não consigam controlar por si, deverão contactar a linha saúde 24, aguardando pelas indicações sobre como deverão proceder em seguida.

Diabetes

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal considera considera que a infeção por coronavírus numa pessoa com diabetes afeta a compensação da doença, necessitando de uma maior vigilância e controlo. E deixa os seguintes conselhos:

  • Mantenha-se hidratado;
  • Controle a sua glicemia;
  • Controle a sua temperatura;
  • Se tem diabetes tipo 1, controle os corpos cetónicos;
  • Siga as recomendações da sua equipa de saúde;
  • É aconselhável ter em casa medicação para a diabetes em quantidade suficiente para um mês, assim como material de auto-vigilância da diabetes e toda a medicação que toma habitualmente para outras condições. É ainda conveniente ter medicação para a febre.

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Revisão Científica

Dra. Paula Pereira

Dra. Paula Pereira

Hospital Lusíadas Porto
Clínica Lusíadas Gaia
PT