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Consulta do Adolescente: o que é?

Se tem um filho adolescente, sabe que esta fase é preenchida por muitas dúvidas e angústias que, por vezes, não são fáceis de ultrapassar. Para ajudar os adolescentes e os pais, existe agora a Consulta do Adolescente.

Com a adolescência, o corpo começa a mudar e chegam as primeiras dúvidas existenciais, os problemas de atitude ou na relação com os outros e, às vezes, sintomas nem sempre fáceis de interpretar, que fazem os pais questionar os limites entre a saúde física e psicológica dos filhos. A pediatra Helena Fonseca, especialista na Consulta do Adolescente e médica nos consultórios privados do Hospital Lusíadas Lisboa, responde a algumas dúvidas e explica como funciona a Consulta do Adolescente.

“Não sei o que se passa com o meu filho”

A adolescência é uma fase de transição da infância para a idade adulta, que maioritariamente decorre de forma adaptativa. Contudo, podem surgir dúvidas, dificuldades, doenças e conflitos que necessitam ser avaliados por profissionais competentes na área — e muitos pais sentem-se perdidos na decisão de falar com o pediatra da criança, o clínico geral ou procurar um psicólogo. A Consulta do Adolescente, dos consultórios privados do Hospital Lusíadas Lisboa, é realizada por pediatras com especialização em Medicina do Adolescente.

O que é a medicina do adolescente?

O foco da intervenção da Consulta do Adolescente é a saúde global do adolescente, assim considerado entre os 10 e os 21 anos, nos seus aspetos somático, psicológico e de relação. A medicina do adolescente vem preencher as lacunas de prestação de cuidados diferenciados a este grupo etário. A adolescência começa aos 10 anos e tem um término muito variável, dependendo do contexto de cada jovem e do ritmo a que está a desenvolver as duas grandes tarefa desta etapa: a autonomia e a identidade.

Que temas são abordados na Consulta do Adolescente?

Nesta consulta são abordados assuntos especificamente relacionadas com esta fase da vida dos mais jovens, tais como:

  • Questões relacionadas com a puberdade e o crescimento;
  • Insatisfação com a imagem corporal;
  • Excesso de peso/obesidade;
  • Sexualidade (medos, dúvidas, irregularidades menstruais, orientação sexual...);
  • Perturbações de humor (stresse, ansiedade, tristeza, isolamento, depressão...);
  • Cefaleias (dores de cabeça) e/ou dores abdominais;
  • Acne;
  • Alergias;
  • Dificuldades na escola (problemas de aprendizagem, défice de atenção, absentismo, ausência de projetos...)
  • Dificuldades de relação entre pares (bullying, exclusão, pressão social...);
  • Conflitos geracionais (dificuldades de relação com os pais...).

O que se vai passar na Consulta do Adolescente?

Os adolescentes são muito diferentes entre si, não só em idade e em género, como no ritmo de maturação e modo como vivenciam as várias transformações, pelo que a intervenção terá de ser adaptada a cada caso específico. No entanto, o médico de adolescentes, além de estar apto a abordar as problemáticas mais prevalentes desta idade, tem como objetivo promover a participação ativa e responsável do adolescente nas questões de saúde, fundamentando a sua ação numa intervenção individualizada e na confidencialidade. Na Consulta do Adolescente existem três momentos fundamentais:

  • A avaliação inicial com a família, o cuidador e o adolescente;
  • O tempo “a sós” com o profissional de saúde, para permitir que o adolescente verbalize problemas e dificuldades que não seriam facilmente discutidas na presença dos seus cuidadores;
  • A discussão das propostas e orientações do médico para fazer face à situação com o adolescente e a sua família.

Através de uma entrevista estruturada, seguindo os princípios da entrevista motivacional, envolvendo a família sempre que necessário, os médicos avaliam várias dimensões da vida do adolescente:

  • Relação com a família;
  • Relação com a escola, pares/amigos;
  • Atividades lúdicas;
  • Sexualidade;
  • Comportamentos;
  • Saúde mental.

“O meu filho continuará a ser seguido pelo mesmo médico?”

Sim, embora possa ser necessária a colaboração de outros profissionais de saúde. Sempre que seja preciso fazer a articulação com outras especialidades (caso das doenças crónicas, por exemplo), o médico da medicina do adolescente funciona como “gestor de caso”, com a preocupação de facilitar o processo de comunicação entre os vários intervenientes, estabelecer canais de ligação e integrar todos os aspetos da saúde do adolescente.

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