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Eritema infecioso e Parvovírus (B19): o que é, sintomas e tratamento

Colaboração
Eritema Infecioso, Parvovírus B19 ou “Doença da Bofetada”, é um tema que pode soar familiar, especialmente se tem filhos ou convive frequentemente com crianças pequenas. Mas, afinal, o que é este vírus e o que deve saber sobre ele? Leia o artigo completo e esclareça todas as suas dúvidas.

O que é?

O Eritema Infecioso é uma infeção viral comum causada pelo Parvovírus Humano B19, que afeta principalmente crianças em idade escolar. Este vírus é bastante contagioso, e a sua transmissão ocorre quando uma pessoa inala gotículas respiratórias expelidas por alguém que está infetado, seja ao tossir ou espirrar, ou através do contacto próximo. Existe também a possibilidade de transmissão da mãe para o bebé durante a gravidez.
É mais contagiosa na sua fase inicial, antes do aparecimento dos sintomas visíveis (erupção cutânea). Esta característica facilita a propagação do vírus, pois as pessoas infetadas podem transmiti-lo sem saber que estão doentes.

Sintomas

Os sintomas começam a surgir entre o 4.º e o 14.º dia após a infeção e podem variar consideravelmente de pessoa para pessoa. Estima-se que cerca de 20% dos infetados permanecem assintomáticos, não apresentando quaisquer sinais. 

Geralmente, a doença tem uma duração de 5 a 10 dias.

Nos adultos, a infeção manifesta-se de forma ligeira, com sintomas semelhantes aos da gripe, frequentemente acompanhados de dores nas articulações. A maioria das pessoas, ao atingir a idade adulta, já foi infetada com o vírus e desenvolveu imunidade.

Nas crianças, os sintomas iniciais também se assemelham aos da gripe, com febre baixa, cefaleias, náuseas, diarreia e mal-estar geral. Posteriormente, entre 2 a 5 dias, começam a surgir manchas avermelhadas nas bochechas (erupção cutânea), visualmente semelhantes à reação da pele após uma "bofetada" - daí o nome popular "Doença da Bofetada". Após alguns dias, a erupção cutânea tende a espalhar-se, afetando principalmente os braços, pernas e tronco. As manchas, por norma, não provocam comichão (prurido). Estas podem reaparecer nas semanas seguintes em resposta a estímulos como exposição à luz solar, calor ou febre.

Prognóstico

Embora a maioria dos infetados experiencie sintomas ligeiros, alguns podem ter reações mais graves, especialmente pessoas com doenças do sangue, imunodeprimidas ou grávidas. Algumas das complicações incluem anemia e problemas nas articulações.

Na gravidez, a infeção por Parvovírus B19 pode levar a problemas para o bebé, principalmente nos primeiros meses, havendo o risco de anemia aguda ou mesmo aborto espontâneo. No entanto, o risco de perda fetal como consequência da infeção é bastante reduzido.  

Diagnóstico

O diagnóstico é geralmente feito através de um exame físico e da análise dos sintomas. O principal indicador é a aparência característica da erupção cutânea no rosto, associada a sintomas gripais. Em casos mais complexos, ambíguos ou quando existe risco de complicações, pode ser necessário recorrer a análises sanguíneas. Estas análises permitem confirmar a presença do vírus ou de anticorpos, ajudando a determinar se a pessoa está imune à infeção ou se foi recentemente infetada.

Tratamento

O tratamento consiste, sobretudo, no alívio dos sintomas. Isto inclui a administração de fármacos que ajudem a baixar a febre e a combater as cefaleias e dores articulares semelhantes aos que são normalmente prescritos em casos de gripe. É recomendada a ingestão abundante de líquidos para garantir uma boa hidratação, bem como o repouso.
Em situações mais graves, poderá ser necessário recorrer a outros tipos de tratamento. No entanto, a escolha dependerá sempre da avaliação individual de cada caso, realizada pelo médico.

A adoção de medidas simples de higiene, como a lavagem frequente das mãos, especialmente antes das refeições, e a adoção de práticas de etiqueta respiratória, como cobrir a boca e o nariz com o antebraço ao tossir ou espirrar, são essenciais para a prevenção do Eritema Infecioso e de outras infeções virais. Manter ambientes bem ventilados e evitar aglomerações também ajuda a reduzir o risco de contágio. 

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Revisão Científica

Dra. Tatiana Pereira

Dra. Tatiana Pereira

Hospital Lusíadas Santa Maria da Feira

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