Cuidado com os antibióticos
Um estudo encomendado pelo governo britânico e divulgado recentemente, alerta para o perigo representado pelas bactérias resistentes a antibióticos. Estas poderão vira a matar cerca de 10 milhões de pessoas por ano a partir do ano de 2050. Já em junho de 2014, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicara um relatório – "Antimicrobial resistance: global report on surveillance" ("Resistência aos antimicrobianos: um relatório global sobre a vigilância") – onde alertava para a resistência aos antibióticos. Os antibióticos são substâncias químicas produzidas por microrganismos e que conseguem destruir ou inibir a reprodução de outros microrganismos, em geral bactérias. O seu uso indevido (em excesso ou mal indicado) tem permitido que os agentes infeciosos desenvolvam a sua capacidade de resistência. Sete diferentes bactérias responsáveis por doenças graves têm aproveitado esta fragilidade, como infeções da corrente sanguínea (sepse), diarreia, pneumonia, infeções do trato urinário e gonorreia. Este é um problema global: pode afetar qualquer pessoa de qualquer idade, em qualquer zona do mundo.
As "super bactérias"
As bactérias gram-negativa são designadas por "super bactérias" por serem particularmente resistentes até aos antibióticos mais poderosos, os chamados "carbapenémicos". São dotadas de uma membrana externa impermeável feita de lipídios, que as defende dos ataques do sistema imunológico e dos medicamentos, permitindo que a bactéria sobreviva.
Abertura de uma porta de esperança
Ao mesmo tempo que a OMS chamava a atenção para o problema, a revista Nature publicava um estudo onde uma equipa de investigadores da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha, indicava a descoberta do mecanismo que protege as "super bactérias" contra a ação dos medicamentos. Esta porta de entrada foi considerada o ponto fraco das bactérias, pelo que o próximo passo é arranjar forma de desativá-la. Vamos esperar que esteja para breve.