Iodo-131: tratamento simples e rápido para o hipertiroidismo
O hipertiroidismo – doença da tiroide caraterizada pela produção de hormonas em excesso – pode causar vários problemas, nomeadamente no sistema cardiovascular e ósseo, entre outros. Para o tratar, o Hospital Lusíadas Lisboa disponibiliza a terapêutica com iodo-131, que é simples e rápida. O tratamento usa radiação para reduzir a atividade desta glândula, localizada no pescoço.
"O iodo radioativo faz com que algumas células da tiroide deixem de funcionar, tendendo a normalizar a função da tiroide", explica Teresa C. Ferreira, coordenadora da Unidade de Medicina Nuclear e uma das pessoas com mais experiência a nível nacional com este tipo de terapêuticas. "A nossa tiroideia não distingue o iodo normal (presente nos alimentos, por exemplo) do iodo radioativo, o que possibilita este tratamento", continua.
Como funciona a terapêutica iodo-131 para o hipertiroidismo
O processo é indolor. Consiste na administração de uma cápsula em tudo semelhante a uma cápsula de antibiótico. "As pessoas tomam a cápsula e ficam uma hora em observação, sem comer. Depois vão para casa. Algumas sentem aumento do ritmo cardíaco mas é temporário", adianta a médica.
Durante alguns dias, os doentes devem tomar precauções para não irradiarem as outras pessoas. “Não é aconselhado que estejam em contacto com grávidas e crianças. Não devem passar mais de duas horas em locais públicos e fazer viagens prolongadas em transportes públicos", sublinha a especialista. Outros métodos para tratar o hipertiroidismo implicam cirurgia (remoção da glândula) ou medicação prolongada (comprimidos anti-tiroideus, com efeitos secundários).
"Este tratamento com iodo-131 é muito eficaz, rápido e acessível", afirma Teresa C. Ferreira.
Os resultados são avaliados seis semanas após a ingestão da radiação. "São poucos os casos em que é preciso repetir a terapêutica Normalmente a função da tiroide fica normalizada." "Este tipo de terapêutica com iodo-131 para o hipertiroidismo", diz ainda com orgulho a mesma médica, "começou a ser feito faz agora 75 anos e não parou nunca mais".
Este é um dos artigos que pode ler na Revista Lusíadas nº7
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Revisão Científica
Dra. Teresa C. Ferreira
Coordenador da Unidade de Medicina Nuclear