O papel da alimentação no tratamento da infertilidade
O papel da alimentação no tratamento da infertilidade
A Unidade de Nutrição Clínica do Hospital Lusíadas Lisboa é responsável pelo acompanhamento nutricional das pessoas que procuram soluções para o tratamento da infertilidade no Centro de Procriação Medicamente Assistida.
Que fatores influenciam a fertilidade?
O estilo de vida, a alimentação, o peso corporal, o stress e o tabaco, são fatores que têm sido apontados como responsáveis pela infertilidade.
A evidência científica refere que tanto a obesidade como a magreza afetam negativamente a fertilidade. O consumo de álcool, de cafeína, a ingestão elevada de gorduras saturadas e trans atuam também como disruptores da fertilidade.
Por outro lado, o consumo de vitaminas antioxidantes (A, C, D e E), vitamina B12, zinco, selénio, cálcio, folato, ómega 3 e iodo mostram ter um efeito positivo na reprodução.
Alimentação nos tratamentos de Procriação Medicamente Assistida
As intervenções nutricionais feitas neste contexto têm-se baseado essencialmente na modificação da alimentação da mulher, mas sabe-se também que a dieta masculina tem igualmente importância para a qualidade do esperma e consequentemente para as taxas de sucesso dos tratamentos de procriação medicamente assistida.
Que mudanças alimentares devem ser feitas para melhorar a fertilidade?
Para melhorar a fertilidade do casal, ou até para ter melhores resultados em tratamentos de PMA, partilhamos algumas das recomendações da Unidade de Nutrição Clínica do Hospital Lusíadas Lisboa:
• Faça da água a sua bebida de eleição, ingerindo 1,5-2L de água por dia;
• Opte por alimentos ricos em vitaminas A, C e E pois são vitaminas antioxidantes que ajudam a reduzir o stress oxidativo e por isso otimizam o processo de fertilidade. Procure aumentar o consumo de frutas e vegetais, tais como laranja, kiwi, morango, papaia, abacate, cenoura, pimento vermelho, tomate e vegetais de folha verde escura.
• A ingestão de ácido fólico melhora a probabilidade de engravidar, reduz o risco de infertilidade ovulatória e melhora a qualidade do embrião, reduzindo os defeitos do tubo neural. Por isso, legumes de folha verde escura, cereais integrais, leguminosas e ovo devem ser incluídos na sua alimentação;
• O Zinco e Selénio participam na síntese proteica. São minerais importantes na melhoria da qualidade e mobilidade espermática. Deve incluir na sua alimentação: flocos de aveia, frutos oleaginosos e sementes, não esquecendo a carne e o pescado;
• A coenzima Q10 é importante para a produção de energia tendo um importante papel na maturação dos folículos, e na melhoria da qualidade do esperma. Por isso, aumente a ingestão de peixes gordos e cereais integrais;
• Aumente a ingestão de peixes, sementes de linhaça e frutos oleaginosos (nozes, macadâmia e castanha do brasil) para otimizar o consumo de Ómega-3 que tem um importante papel na maturação espermática;
• Reduza a ingestão de gorduras saturadas (carnes vermelhas e processadas, óleos, fritos, produtos pré-confecionados);
• Não consuma bebidas alcoólicas, e reduza o consumo de cafeína;
• Reduza a exposição a contaminantes, nomeadamente, reduzindo o consumo de enlatados (substitua por embalagens de vidro). Não utilize caixas/embalagens plásticas, e evite embalagens de take-away. Evite também tapar os alimentos com película aderente;
• Não beba água engarrafada de garrafas que estiveram expostas ao sol ou já são antigas;
• Não se esqueça de fazer caminhadas ao ar livre, com exposição ao sol, para aumentar a produção de vitamina D.
Procure ter um peso corporal adequado: uma perda de 5-10% em casos de excesso de peso, aumentam a eficácia dos tratamentos e a probabilidade de engravidar.
Agende a sua consulta de nutrição, 3 a 6 meses antes de engravidar, para que a alimentação do casal seja ajustada, de forma a otimizar o processo de fertilidade e o sucesso da própria gravidez.