Preservativo: os 9 mitos mais comuns
É um facto: o preservativo é um método eficaz para evitar uma gravidez indesejada, mas o seu efeito barreira vai muito além disso. Alexandra Malheiro, especialista em Medicina Interna do Hospital Lusíadas Porto, desfaz algumas ideias erradas sobre este contracetivo.
Mito: O preservativo serve apenas para evitar a gravidez.
O preservativo é uma das muitas formas de evitar uma gravidez indesejada, porém é o método mais eficaz na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Mito: Só é necessário utilizar preservativo nas relações anais e vaginais?
Errado. No sexo oral, apesar de a transmissão de HIV ser mais difícil – porque têm de existir lesões na mucosa da boca do indivíduo exposto –, é possível. E existem outras doenças sexualmente transmissíveis, como infeções por herpes, clamídia ou gonorreia que também podem ser transmitidas através do sexo oral desprotegido.
Mito: Pode colocar-se o preservativo imediatamente antes da ejaculação. Não. Como prevenção de gravidez é ineficaz, já que é habitual a libertação de algumas gotas de sémen muito antes da ejaculação ocorrer. Para evitar doenças sexualmente transmissíveis é igualmente ineficaz já que há o contacto com mucosas que podem lesar-se (ou que já se encontram lesadas) durante o ato sexual e com outros fluidos além do líquido seminal.
Mito: O preservativo rompe-se com frequência.
O risco de um preservativo se romper é tanto menor quanto mais cuidadoso for o seu uso. Deve evitar-se abrir os pacotes ou colocar o preservativo no pénis com as unhas ou os dentes. Deve ser desenrolado cuidadosamente no pénis ereto, apertando-se a ponta para evitar que fique ar nesse reservatório. Se não deslizar, é porque foi colocado ao contrário e deve ser rejeitado e substituído por outro. Também é importante em relações longas, excedendo os 30 minutos, que o preservativo seja substituído. Se estes cuidados forem cumpridos, dificilmente o preservativo se rompe.
Mito: A vaselina é um bom lubrificante.
Os preservativos já são lubrificados, mas se houver a necessidade de utilizar lubrificação acessória esta não deve ser à base de óleos ou de vaselina porque as substâncias oleosas (e também os componentes dos batons) danificam o látex e o poliisopreno, pelo que o preservativo pode romper-se ou ter a sua função de barreira diminuída. Portanto, lubrificantes sim – mas à base de água.
Mito: Tem-se menos prazer porque se usa preservativo.
Este mito é comum, sobretudo nos homens. Existem preservativos de diferentes tamanhos, espessuras e até texturas para que cada pessoa procure o que mais lhe agrada. E porque não fazer do momento de colocação do preservativo uma parte do jogo de preliminares feito a dois para que não seja um aborrecimento? As cores, sabores e feitios dos preservativos poderão tornar uma relação com preservativo mais atrativa e até divertida. Cabe a cada um, em função das suas necessidades e da sua maneira de ser, encontrar o que mais se adapte.
Mito: A proteção é maior se usar dois preservativos.
O uso de preservativos sobrepostos leva habitualmente a um maior atrito podendo promover um rompimento mais fácil de um deles ou de ambos. É uma falsa segurança.
Mito: O preservativo pode ser guardado no bolso das calças.
Os preservativos devem ser guardados em local seco e sem exposição ao sol sob pena de se degradar. E não é aconselhável deixá-los no porta-luvas do carro. Também locais de muita fricção, como os bolsos das calças, são de evitar.
Mito: O preservativo não tem prazo de validade.
Os preservativos têm data de validade inscrita nos pacotes e esta deve ser levada em conta. Como qualquer substância, degrada-se e, se não estiver nas melhores condições, perde eficácia, seja porque o lubrificante ou a própria borracha secam, tornando-o mais desconfortável, fácil de romper ou mesmo totalmente ineficaz como barreira.