O que é a doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer é característica da idade avançada, sendo excepcional o seu aparecimento antes dos 60 anos. Estima-se que em Portugal existam entre 67 e 90 mil pessoas com doença de Alzheimer, num universo de 5% da população portuguesa que sofre de demência. Conheça esta doença e os seus principais sintomas.
O que é
É a forma mais comum de demência, representando cerca de 50% a 70% dos casos de demência registados. A doença neurodegenerativa carateriza-se por uma redução no número e tamanho das células cerebrais que deteriora de forma irreversível as funções cognitivas dos doentes.
A linguagem, o pensamento, a atenção e a concentração são algumas das funções afetadas pela doença que leva à morte das células cerebrais e ao corte de comunicação dentro do cérebro.
A doença de Alzheimer mais comum é a esporádica, não estando relacionada com a prevalência na família, mas um número reduzido de doentes apresenta um tipo de doença de Alzheimer Familiar, que acontece associada a uma mutação genética de um dos pais.
Causas
Não existem causas conhecidas para a doença de Alzheimer. A investigação não oferece ainda respostas para perceber o aparecimento da doença, mas a idade (acima de 65 anos) está associada a grande número dos casos de doença de Alzheimer esporádica.
A exceção diz respeito ao tipo da doença de Alzheimer Familiar que tem origem pela existência de um progenitor que apresente uma mutação dos genes.
Fatores de risco
“O principal fator de risco é a idade, embora ter um familiar próximo com doença de Alzheimer aumente a possibilidade de se ter a doença”, explica o especialista em Psiquiatria Geriátrica. “Existem ainda outros fatores genéticos mais específicos, como mutações em genes, além de fatores de risco cardiovasculares, como a diabetes.”
Sintomas da doença de Alzheimer
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Alteração da memória
Geralmente, as famílias começam a notar que os doentes têm dificuldade em recordar eventos ou informação recentes. A memória para acontecimentos ou factos mais distantes está tipicamente conservada nas fases iniciais da doença;
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Perturbações da linguagem
Os doentes têm dificuldade em encontrar palavras em alguns contextos, dá-se a redução do vocabulário e, em fases mais avançadas, existe um empobrecimento do conteúdo do discurso;
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Dificuldade em executar tarefas motoras
Em estados mais avançados da doença, impede os doentes de executarem tarefas simples como vestirem-se, alimentarem-se ou pentearem-se.
- Alterações neuropsiquiátricas
- Alterações de personalidade e sintomas comportamentais
Pessoas que eram calmas ficam hostis e agressivas, e outros doentes tornam-se muito passivos; O não reconhecimento dos sintomas ou das próprias limitações, tentando arranjar argumentos e desculpas para tudo;
- Dificuldade em realizar tarefas complexas como pagar contas e lidar com o dinheiro;
- Sintomas psicóticos e depressivos;
- Desorientação em locais conhecidos.
Complicações
“Infelizmente a doença de Alzheimer progride inexoravelmente, embora o número de sintomas e a velocidade a que estes progridem varie de pessoa para pessoa”, afirma Ricardo Coentre, médico psiquiatra do Hospital Lusíadas Lisboa. Em alguns casos, a doença grave ocorre nos cinco anos após o diagnóstico.
Noutros, o processo pode demorar mais de dez anos. O tempo médio de sobrevida após o diagnóstico varia entre três e oito anos. “A maioria das pessoas com doença de Alzheimer não morre da doença em si”, diz o médico, “mas de doenças secundárias como infeções respiratórias, infeções urinárias ou complicações de uma queda”.
Diagnóstico
Uma avaliação clínica, suportada pela observação e por exames físicos, laboratoriais e neurológicos, permite o diagnóstico da doença. Um diagnóstico atempado facilita a despistagem de outras doenças raras potenciais.
Tratamento e acompanhamento
A doença de Alzheimer não tem cura, mas existe terapêutica que permite reduzir a velocidade da evolução da doença e melhorar a qualidade de vida do doente.
- Medicamentos antidemenciais
Visam reduzir a velocidade da progressão da doença e ainda têm efeitos ao nível dos sintomas neuropsiquiátricos da doença;
- Terapêutica sintomática com outros fármacos
Visam o tratamento dos sintomas psiquiátricos como a depressão, alterações do sono ou sintomas psicóticos;
- Tratamento dos fatores de risco cardiovasculares, quando existem
- Reabilitação cognitiva
Uma abordagem, sobretudo em fase precoce da doença, através de exercícios que visam exercitar a memória, a atenção e outras funções cognitivas;
- Exercício físico
Pretende a otimização do estado físico com impacto na própria doença e a redução do risco de quedas;
- Segurança da pessoa
É fundamental garantir a segurança, porque muitos dos doentes não reconhecem os seus sintomas e limitações e tentam manter as suas atividades do dia a dia.
Além disso, é importante desenvolver um plano para monitorização da toma dos fármacos. As caixas de medicamentos antigas devem ser afastadas do alcance dos doentes para não haver confusões e a toma da medicação deve ser supervisionada.
Conduzir e cozinhar pode tornar-se perigoso e devem ser eliminados obstáculos como fios elétricos soltos, tapetes escorregadios e outros, de forma a reduzir quedas e acidentes em casa.