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Diverticulose: o que é e como tratar  

Colaboração
O Dr. André Ramos, Gastroentrelogista do Hospital Lusíadas Albufeira e da Clínica Lusíadas Faro, explica neste artigo tudo sobre uma condição que afeta mais de metade dos homens acima dos 60 anos.

O que é a diverticulose?   

A diverticulose define-se essencialmente pela presença de divertículos. Os divertículos são estruturas saculares, normalmente parecidas a pequenas bolsas e podem encontrar-se em múltiplos órgãos.  

A diverticulose do tubo digestivo consiste na existência de divertículos na parede do esófago, estômago, intestino delgado e intestino grosso.  A localização mais frequente dos divertículos e, consequentemente, de diverticulose, é o cólon.  

A partir dos 60 anos, em especial nos homens, podemos encontrar doença diverticular em até 60% desta população. No cólon a porção mais distal (o cólon sigmóide) é a mais atingida, em grande parte devido à passagem de fezes mais sólidas que exercem maior pressão sobre os pontos de fraqueza da parede intestinal. 

Qual a diferença entre diverticulose e diverticulite?  

A diverticulose intestinal, e mais comumente, diverticulose colónica, trata-se simplesmente da presença de divertículos no cólon, enquanto a diverticulite é uma complicação clínica da diverticulose e traduz-se numa inflamação de um ou mais divertículos.  

A hemorragia digestiva é uma das potenciais complicações da diverticulite. Esta inflamação gastrointestinal não tem uma causa específica estabelecida, mas o sedentarismo, a obesidade e o tabagismo aumentam o risco de desenvolvimento da mesma. 

Quais são os principais sintomas da diverticulose?  

A diverticulose é habitualmente assintomática, podendo, em alguns casos, especialmente se associados a síndrome do intestino irritável, ser causa de desconforto ou distensão, com presença de gases e outros sintomas.  

Caso ocorra dor moderada a forte, associada a febre e mau estar geral, poderemos estar perante uma complicação de diverticulose - a diverticulite.  

Como é feito o diagnóstico da diverticulose?  

Não se pesquisa ativamente o diagnóstico de diverticulose. Normalmente o diagnóstico é incidental, resultando da realização de exames imagiológicos por outros motivos (tomografia computorizada - por exemplo) ou exames endoscópicos (colonoscopia).  

Caso haja complicações como a diverticulite ou hemorragia digestiva, são realizados intencionalmente esses mesmos exames para diagnosticar ou excluir a doença diverticular. 

Tratamento e recuperação da diverticulose 

Não existe um tratamento específico para a diverticulose. No entanto deve-se sempre promover uma boa saúde intestinal, com alimentação rica em fibras e ingestão adequada de água.  

Aconselha-se bastante a prática de exercício físico. Já nas complicações associadas a doença diverticular os tratamentos são bastante mais específicos. Por exemplo, em caso de hemorragia digestiva pode recorrer-se à colonoscopia terapêutica fazendo hemostase do divertículo sangrante ou, em alternativa, realizando-se procedimentos imagiológicos de intervenção (angiografia de intervenção). Há apenas recurso a cirurgia em casos de falha das medidas anteriores.  

O que fazer para prevenir este tipo de problemas?

Como referido no ponto anterior, promover uma alimentação rica em fibras, a ingestão abundante de água bem como outros hábitos alimentares saudáveis é essencial para prevenir este tipo de problemas. Recomenda-se também a cessação de hábitos tabágicos, a prática regular de exercício físico, e a perda de peso, fatores que contribuirão positivamente para o bem-estar geral e prevenção de problemas gastrointestinais.

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Revisão Científica

Dr. André Ramos

Dr. André Ramos

Coordenador da Unidade de Gastrenterologia

Hospital Lusíadas Albufeira
Clínica Lusíadas Faro
Hospital Lusíadas Vilamoura

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