Está frequentemente relacionado com o desgaste natural do corpo ao longo dos anos. Também pode surgir após acidentes, lesões, ou em profissões que exigem esforço físico, como levantar pesos ou adotar posições que forcem torções ou flexões frequentes do corpo.

Numa grande parte dos casos a dor está associada a má postura, movimentos repetitivos no trabalho, estar longos períodos sentados ou, como acontece mais na última década, longos períodos a olhar para o telemóvel ou outro dispositivo digital. Não praticar exercício físico e o excesso de peso também contribuem de forma significativa para o problema.
Felizmente, é possível protegermo-nos com medidas práticas no dia a dia.

Quais os Principais Sintomas?

A dor nas costas pode variar desde um leve desconforto até uma dor aguda e incapacitante. Pode provocar espasmos musculares, sensação de queimadura ou irradiar para outras áreas, como ombro, omoplata ou braços no caso da coluna cervical, ou nádegas, coxa e pernas no caso da coluna lombar.

Sintomas mais comuns incluem:
​•​Rigidez na zona lombar
​•​Dores de intensidade variável
​•​Formigueiro
​•​Dificuldade em realizar movimentos básicos
​•​Dificuldade em manter a postura ereta
​•​Desconforto ao caminhar, levantar-se ou dobrar-se

Quais os Tipos de Dor nas Costas?

​1.​ Dor Lombar: A mais frequente, geralmente associada a má postura, lesões musculares ou problemas nos discos intervertebrais. Lombar + Algia = Lombalgia (Nota: “Algia” = Dor)
​2. ​Dor Cervical: Afeta o pescoço e é frequentemente causada por tensão muscular, uso prolongado de dispositivos eletrónicos ou artrite. Cervical + Algia = Dorsalgia
​3.​ Dor Torácica: Mais rara, geralmente relacionada com problemas musculares, cifoescoliose ou, em casos específicos, condições graves como fraturas ou infeções. Dorsal + Algia = Dorsalgia

Quais as principais causas?

1. Postura e Hábitos:
​​• Má postura ao sentar ou levantar-se
​​• Trabalhar longos períodos sentado
​​• Movimentos repetitivos sem suporte adequado - principalmente flexão e rotação

​2. Lesões ou Traumas:
​​• Distensões musculares
​​• Fraturas vertebrais
​​• Hérnias discais

​3.Doenças Degenerativas:
​​• Artrose
​​• Osteoporose
​​• Espondilite anquilosante

​4. Outras Causas:
​​• Infeções ou tumores
​​•  Doenças reumáticas
​​• Stress e tensão emocional

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico combina uma avaliação clínica detalhada, exame físico e, em alguns casos, exames complementares.

Passos no diagnóstico:

​•​Análise Clínica: Identificação da localização, intensidade e fatores associados à dor.
​•​Exame Físico: Avaliação da mobilidade, sensibilidade e força muscular.

Exames Complementares:

​•​Raio-X: Para fraturas ou alterações ósseas.
​•​Ressonância Magnética: Para observar discos intervertebrais e nervos. Exame de eleição.
​•​Tomografia Computorizada: Detalhe das estruturas ósseas.
​•​Exames de Sangue: Para excluir infeções ou doenças inflamatórias.

Tratamento da Dor nas Costas

A maioria dos casos melhora com tratamento conservador e mudanças nos hábitos diários.

Opções Conservadoras:

​•​Perda de Peso: Reduz a carga sobre a coluna.
​•​Fisioterapia: Técnicas como Reeducação Postural Global (RPG) são eficazes na correção postural e fortalecimento muscular.
​•​Evitar Longos Períodos Sentado: Intercalar períodos de atividade para aliviar a pressão na coluna.
​•​Medicação: Analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares podem ser utilizados. O uso temporário de uma cinta lombar ou colar cervical pode ser muito útil.
​•​Exercício Físico Moderado: Caminhadas, fortalecimento do core, fortalecimento da cadeia posterior (costas, nádegas, coxas) são essenciais. Pilates, natação, hidroginástica, treino de força com pesos, calisténicos, tudo são opções, devidamente adaptadas a cada doente.

Tratamento Cirúrgico: o estado da arte

Em casos resistentes ao tratamento conservador, a cirurgia microinvasiva, quando indicada, é uma excelente opção. A cirurgia endoscópica uniportal utiliza uma pequena incisão (geralmente de menos de 1 cm), sendo encerrada com apenas um ponto. Este procedimento minimiza a agressão aos tecidos, resultando em menor dor pós-operatória e num retorno mais rápido às atividades normais.

Casos mais severos com instabilidade ou deformidade da coluna podem necessitar de procedimentos mais extensos, quando existe necessidade de estabilizar a coluna ou corrigir deformidades. Mesmo nestes casos existem, cada vez mais, opções minimamente invasivas para a colocação dos implantes e minimizar a agressão cirúrgica.

A dor nas costas pode ser debilitante e tem múltiplas causas, mas na maioria dos casos é tratável e evitável. Mudar hábitos, investir em exercício físico e procurar apoio médico nos primeiros sinais de alerta são passos fundamentais para uma coluna saudável.