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Quais os principais tipos de fraturas ósseas?

Seja na infância, durante brincadeiras, ou em idades mais avançadas, as quedas e acidentes podem levar a fraturas ósseas – ou, como costumamos dizer, ossos partidos. Mas será que todas as fraturas são iguais? Neste artigo, vamos explorar os principais tipos, as suas diferenças e o que deve saber sobre o diagnóstico e tratamento.

O que é uma fratura óssea?

Ao contrário do que se pode pensar, o osso não é completamente rígido e tem alguma elasticidade, tal como o ramo de uma árvore. Quando se aplica uma força ou pressão superior àquela que o osso é capaz de suportar, este parte-se, afetando, muitas vezes, também os tecidos à sua volta.

Quais os diferentes tipos?

As fraturas ósseas podem ser classificadas com base em diversos fatores, como o padrão, a causa, a sua exposição e a posição do osso após a lesão. Entre os principais tipos de fraturas, destacam-se:

1) Padrão:

• Fratura transversa: a rutura é linear ou reta.
Fratura longitudinal: o osso parte ao longo do seu comprimento.
• Fratura em espiral: a linha de fratura forma uma curva ou espiral.
• Fratura cominutiva: várias ruturas em simultâneo, resultando em mais de três fragmentos ósseos.
• Fratura segmentar: o mesmo osso parte em dois sítios, criando um segmento ou fragmento que fica a “flutuar”.
• Fratura em ramo verde: o osso fica rachado ou dobrado parcialmente, sem se partir – é mais comum em crianças, uma vez que os ossos são mais maleáveis.

2) Causa:

• Fratura por traumatismo: seja devido a uma queda, um acidente ou na sequência da prática desportiva.
Fratura por stress: causada por movimentos contínuos e repetitivos que causam microfraturas consecutivas que se vão acumulando, de uma forma semelhante aos afluentes de um rio.
• Fratura de fragilidade: quando existe uma fratura num osso “doente” provocada por um mecanismo de baixa energia, que não causaria fratura num osso saudável; é mais comum em pessoas idosas, principalmente aquelas que sofrem de osteoporose, afetando frequentemente as vértebras.
• Fratura patológica: ocorre quando existe uma doença que enfraquece ou afeta os ossos, como a osteoporose ou tumores ósseos, tornando-os mais propensos a fraturas.
• Fratura por avulsão ou arrancamento: ocorre quando a força exercida por um tendão ou ligamento sobre o osso é tão intensa que arranca uma parte do osso no qual está inserido.

3) Integridade da pele:

• Fratura aberta ou exposta: quando o osso parte e rompe a pele.
Fratura fechada ou simples: a pele permanece intacta.

4) Posição do osso:

• Fratura descoaptada: quando os fragmentos de osso estão desalinhados.
• Fratura coaptada: quando o osso permanece alinhado.

Quais os principais sintomas?

Alguns dos indícios de que poderá existir uma fratura incluem:

• Dor intensa, que piora com o tempo e movimento;
• Inchaço na região;
• Sensibilidade no local da lesão;
• Deformidade ou alteração visível;
• Hematomas;
• Dificuldade ou incapacidade em mover a parte do corpo afetada.

Atenção: Algumas doenças como a diabetes e a osteoporose podem fazer com que estes sintomas/sinais sejam muito discretos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de uma fratura contempla o exame físico, a descrição detalhada do evento que causou a lesão e a realização de exames de imagiologia, que são essenciais para confirmar e determinar a gravidade. Esses exames incluem:

Radiografia (Raio-X): exame mais comum para confirmar a existência de fraturas, identificar a localização, o tipo e a extensão do dano.
Tomografia Computorizada (TAC): oferece uma visão mais detalhada da fratura, sendo útil em casos mais complexos.
Ressonância Magnética (RM): mostra, de forma mais pormenorizada, o osso e os tecidos que o envolvem.

Tratamento

O tratamento depende sempre da avaliação realizada por um médico especialista e varia conforme todas as características acima descritas, podendo ser simples ou extremamente complexo. A escolha do tratamento é influenciada por diversos fatores, como o tipo e a localização da fratura, a idade do doente, o tempo que passou entre a fratura e a altura do diagnóstico, entre outros. As opções de tratamento mais comuns incluem: 

Imobilização da zona: seja parcial ou total, evitando o movimento da área afetada, de forma a permitir a correta cicatrização.
Redução fechada: reposicionamento dos ossos através de pressão manual, sem a necessidade de intervenção cirúrgica.
Cirurgia: pode ser necessária em casos mais complexos.
Fisioterapia: após a recuperação inicial, pode ser útil para melhorar a dor, aumentar a força muscular e recuperar a mobilidade.

A regeneração do osso dá-se à medida que o tecido novo se vai formando, preenchendo os espaços deixados pela lesão. O tempo necessário para este processo varia consoante a gravidade da fratura. Nos casos mais simples, demora, geralmente, entre 3 a 6 semanas, enquanto nas situações mais complexas pode prolongar-se durante vários meses.

As fraturas ósseas são lesões comuns, mas com uma grande variedade, o que exige uma abordagem individualizada. O diagnótico preciso e o tratamento adequado são essenciais para uma recuperação completa e para a preservação da mobilidade. Por isso, é importante procurar ajuda médica especializada sempre que houver suspeita de uma fratura, evitando complicações e garantindo o melhor prognóstico possível.

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Revisão Científica

Dr. João Sarmento Esteves

Dr. João Sarmento Esteves

Hospital Lusíadas Lisboa
PT