Alimentação complementar para bebés: tudo o que precisa de saber
A alimentação complementar é um período no qual são introduzidos outros alimentos, para além do leite, permitindo que a criança contacte com novos sabores, aumente o aporte de ferro, calórico e de fibras alimentares e se vá habituando a refeições de maior consistência.
Este início pode ocorrer a partir dos 4 meses completos, preferencialmente aos 6 meses quando o bebé já tem as competências necessárias para o fazer. No final deste processo, na etapa dos 12 meses, a criança deve estar integrada no regime alimentar da sua família.
A diversificação alimentar pode ser iniciada através do:
- Método tradicional em que os alimentos são apresentados sob a forma de puré e oferecidos com colher;
- Método Baby Led Weaning (BLW) em que se oferecem à criança os alimentos sólidos cortados em pedaços, sem o uso de talheres e com a mínima intervenção do adulto. Assume-se que o bebé tem capacidade para se autorregular, consegue alimentar-se sozinho e sabe que quantidade de comida necessita. Surgiu recentemente uma versão modificada do baby led weaning, chamada Baby Led Introduction to Solids (BLISS), que foca a importância da introdução de alimentos ricos em ferro e energia e da evicção de alimentos que constituam um risco acrescido de engasgo;
- Método misto: mistura dos dois métodos anteriores.
A introdução de novos alimentos deve ser gradual, começando com pequenas quantidades que serão progressivamente aumentadas em volume e variedade e deve seguir estas recomendações:
- A maioria dos bebés comem 4 a 6 refeições por dia, a partir dos 6 meses;
- Iniciar um alimento de cada vez e com um intervalo de cerca de 2 dias;
- Oferecer água após as refeições. Evitar dar chás e sumos no primeiro ano de vida. A água é o líquido por excelência para saciar a sede;
- A aceitação de novos alimentos nem sempre é fácil para algumas crianças, mas é muito importante não desistir pois, muitas vezes, as crianças só se habituam aos novos sabores após mais de dez tentativas.
- É importante reconhecer os sinais de saciedade do bebé e não insistir para comer para além desse ponto (quando desvia a cara, fecha a boca, afasta o prato…);
- Evitar refeições demasiado prolongadas e brinquedos ou dispositivos eletrónicos à mesa.
Alimentos não recomendáveis antes dos 12 meses:
- Leite de vaca em natureza;
- Sal, não deve adicionar sal aos alimentos, pois o sal existente neles é suficiente para as necessidades;
- O açúcar e mel não devem ser dados antes dos 2 anos;
- Alimentos malcozinhados: carne, peixe e ovo, incluindo sushi, carpaccio e ovo estrelado;
- Peixes grandes - atum, cherne, peixe espada e cavala (pois acumulam mercúrio);
- Mariscos - as cabeças de camarões, caranguejos e outros mariscos, pois acumulam cádmio;
- As bebidas de arroz, podem conter arsénico que é tóxico pelo que não se deve dar antes dos 5 anos;
- Batatas fritas e pastelaria industrial;
- Alimentos redondos e duros como pipocas de milho, frutos secos inteiros ou salsicha tipo Frankfurt cortado às rodelas, pelo risco de engasgamento.
Regras de segurança, para reduzir o risco de engasgo
- A criança deve estar direita, quando lhe dá as refeições (espreguiçadeiras ou almofadas não!) e presa à cadeira pela cintura e não pelos ombros;
- Quando está sentada à mesa não deve ter sono, pois terá dificuldade em se concentrar, nem demasiada fome, pois vai comer muito depressa;
- O bebé tem que ter sempre supervisão! Não lhe dê comida no carro.
Não existe um método que seja melhor do que outro e a forma de introduzir a alimentação complementar deve ser feita de acordo com os hábitos e rotinas da família, respeitando sempre o bebé.
Caso tenha dúvidas procure informação junto da sua equipa de profissionais de saúde.