Crianças em segurança na internet
"Investe-se pouco na prevenção e alerta", diz Alexandra Rosa, psicóloga do Hospital Lusíadas Lisboa. "Há uma ilusão de segurança: as crianças estão em casa, à vista, mas nem sempre seguras. Não só existem riscos ao nível da saúde mental, como se trata de um nível de exposição muito grande", continua.
Um estudo apresentado pela London School of Economics and Political Science sobre os riscos e os perigos que a internet poderá ter para as crianças, concluía que os problemas mais comuns remetem para situações em que é enviado conteúdo de natureza violenta ou sexual via web.
Além disso, verificou-se igualmente que, apesar de muitas crianças reconhecerem os sintomas de adição à internet (perda de contacto com a realidade, perda de interesse em outras atividades, dores de cabeça, problemas de visão e de sono e perda de amizades), nem todas conseguem evitar exageros na utilização desta ferramenta. O estudo contou com a contribuição de crianças de países como Portugal, Bélgica, República Checa, Grécia, Itália, Malta, Roménia, Espanha e Reino Unido, totalizando uma amostra de 378 crianças com idades entre os 9 e os 16 anos.
Bullying cibernético
Outra conclusão deste estudo diz respeito à consciência, por parte das crianças, dos riscos envolvidos, como o bullying e assédio online, contactos perigosos com estranhos online e offline e má-utilização de informação pessoal. "Mas há crianças muito pequenas com página de Facebook a conversar com pessoas que não conhecem e ainda estamos pouco alertados para estes perigos. Por exemplo, a maior parte dos pais desconhece que pode limitar o número de horas que os filhos têm acesso ou controlar mesmo as páginas a que têm acesso", conclui Alexandra Rosa.
Publicado a 8 de julho de 2014