As dores de crescimento existem mesmo?
Um médico francês usou pela primeira vez a expressão dores de crescimento no século XIX porque acreditava que as dores musculares nos membros inferiores que muitas crianças sentiam deviam-se a um crescimento rápido. Hoje, apesar de se desconhecerem as causas, pensa-se que podem não estar associadas ao crescimento.
Não têm início nem maior incidência durante as fases de maior crescimento, que são os dois primeiros anos de vida e a puberdade. Em geral ocorrem em crianças com idades entre os 2 e os 12 anos. Atualmente, a maioria dos especialistas tende a considerar que pode tratar-se de dores musculares resultantes do esforço que se faz a correr, saltar, caminhar ou trepar.
Sinais e sintomas das dores de crescimento
Trata-se de uma dor benigna mas pode ser incómoda o suficiente para interferir com a atividade diária ou mesmo despertar do sono noturno. Tem resolução espontânea e não está associada a qualquer patologia.
De um modo geral os sintomas são os seguintes:
- Dor tipo “cãibra”, “peso” ou dificuldade em manter as pernas quietas;
- Dor intermitente, com uma intensidade e duração variáveis, nos membros inferiores (sobretudo na face anterior das pernas, mas também nas coxas e por detrás dos joelhos);
- Pode repetir-se, mas em geral com o mesmo padrão;
- Dor bilateral;
- Não afeta as articulações (nunca causa edema, vermelhão ou calor das articulações, nem febre);
- Predomínio ao fim do dia ou à noite;
- É assintomática de manhã. Sem limitação da marcha e com mobilidade normal.
Tratamento
Não existe um tratamento específico, apenas estratégias para aliviar a dor. A resolução ocorre, em média, em menos de 1 hora. Para tal, é aconselhável:
- Massajar as pernas (esfregar com a mão por cima do local);
- Esticar os músculos das pernas;
- Colocar um pano húmido ou aquecido na perna;
- Caso a dor seja mais intensa e atrapalhe o sono da criança, pode optar-se pela toma de um analgésico, segundo recomendação do pediatra.
Em suma
As chamadas dores de crescimento são reais mas não existe relação comprovada com o crescimento.
Este é um dos artigos que pode ler na Revista Lusíadas 11.