Escarlatina: o que é?
O que é
A escarlatina é uma infeção causada pela bactéria Estreptococo beta hemolítico do grupo A, também conhecida por Streptococcus pyogenes. Começa geralmente por uma amigdalite ou faringite, por ser na garganta que a bactéria se fixa, uma vez que é aí que encontra condições ótimas para o seu desenvolvimento. Só em casos raros surgem infeções causadas pela bactéria noutros locais do corpo, como a pele.
Sintomas
Depois de um período de incubação de um a quatro dias, a doença manifesta-se geralmente de forma abrupta, com início súbito de febre associada a dor de garganta, dor de cabeça, arrepios, mal-estar geral com dores musculares, dores de cabeça, por vezes náuseas e vómitos. A erupção cutânea surge geralmente 12 a 48 horas após o início da febre e aparece primeiro no pescoço estendendo-se depois ao tronco e membros. As manchas vermelhas, muitas vezes também visíveis na língua, devem-se à dilatação dos vasos sanguíneos da pele, provocada por uma toxina produzida pelo Estreptococo.
Grupos de risco
Durante o primeiro ano de vida, os bebés estão geralmente protegidos pela presença de anticorpos maternos contra a toxina produzida pelo Estreptococo. Depois, as crianças são o grupo de maior risco — não só pela ausência de anticorpos próprios, como pelas condições mais propícias ao contágio, como a frequência do infantário ou escola — até atingirem os dez anos. Nessa altura, cerca de 80% das crianças já desenvolveram anticorpos contra as diversas toxinas causadoras da escarlatina, tornando a doença mais rara a partir daí.
Contágio da escarlatina
O inverno é uma altura de maior risco, por serem muito frequentes as infeções respiratórias virais e também pelo facto de as crianças passarem nessa época grandes períodos em espaços fechados e pouco arejados. Tudo isso facilita o contágio, que se faz pela transmissão de gotículas respiratórias com a bactéria, provenientes de pessoas com a doença ou de portadores sãos.
Diagnóstico
É possível diagnosticar amigdalite ou faringite, antes do aparecimento das lesões cutâneas, mas a escarlatina só pode ser confirmada depois do aparecimento das famosas manchas vermelhas na pele. Nem todos os Estreptococos produzem a toxina eritrogénica e é preciso ter em conta que só cerca de 10% das amigdalites ou faringites têm a escarlatina como complicação.
Tratamento
O tratamento da escarlatina é obrigatoriamente feito com recurso a antibiótico (penicilina ou um derivado). Antes do aparecimento dos antibióticos, a escarlatina era uma doença grave e bastante frequente, com uma taxa de complicações bastante elevada.
Nos dias de hoje, ainda existem vários tipos de toxina eritrogénica e só quando a criança contacta e adquire imunidade contra os diversos tipos de toxina se pode garantir que não voltará a contrair escarlatina.