Consumo de ansiolíticos e antidepressivos a crescer
De acordo com um estudo da Direção-Geral da Saúde (DGS), entre 2000 e 2012 o consumo de ansiolíticos e antidepressivos aumentou muito em Portugal. O consumo de antidepressivos triplicou e o de ansiolíticos aumentou 6% (números calculados em doses diárias por mil habitantes). A facilidade no acesso e a automedicação são algumas das causas para os números agora revelados, afirma Ana Peixinho, médica psiquiatra e Diretora Clínica do Hospital Lusíadas Monsanto.
Ansiolíticos e antidepressivos: o que fazem
Os tranquilizantes – ansiolíticos – procuram tratar os sintomas provocados por uma perturbação de ansiedade ou depressão. "Aliviam o incómodo, mas não eliminam a causa, não curam", alerta a psiquiatra Ana Peixinho. São medicamentos que devem ser utilizados para acompanhar uma terapia mais profunda que inclui visitas agendadas e regulares ao médico especialista, neste caso um psiquiatra. "É indispensável fazer um acompanhamento adequado. Quando não há prescrição médica, surge mais facilmente a dependência e a tolerância". O ciclo só se quebra identificando a causa ou a doença que está por detrás da ansiedade ou da depressão. "Depois, é preciso tratar, habitualmente com antidepressivos, e só quando deixarem de existir sintomas é que se faz o desmame dos medicamentos", explica Ana Peixinho. Os antidepressivos pertencem a uma classe de fármacos que atenuam os sintomas característicos da depressão.
Elevado consumo de ansiolíticos e antidepressivos em Portugal
Dos países da União Europeia, Portugal é dos que tem o maior consumo de tranquilizantes para o tratamento da ansiedade e insónia, um consumo que tem vindo a aumentar. "A facilidade no acesso, bem como a continuação da toma além do tempo indicado, por não ser feito um tratamento acompanhado pelo médico especialista, faz com que esse consumo seja mais elevado". Para a psiquiatra do Hospital Lusíadas Monsanto, é indispensável ter a ajuda de um especialista e não procurar uma solução que funcione apenas no imediato. Este é um problema de saúde pública que tem de ser resolvido e a educação de todos os intervenientes é essencial.
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Revisão Científica
Dra. Ana Peixinho
Coordenador da Unidade de Psicologia , Psiquiatria , Neuropsicologia