Vacina da gripe na gravidez: sim ou não?
Vacina da gripe na gravidez: as mulheres grávidas devem tomar a vacina da gripe?
A gripe é uma doença facilmente transmissível pelo ar, em que o contágio é mais propício durante os meses de outono e de inverno devido às baixas temperaturas e à concentração de pessoas em locais fechados.
A doença é provocada por um vírus e manifesta-se através de febre, dores musculares, congestão nasal, dores de cabeça e tosse seca. Em pessoas com o sistema imunitário mais frágil – como é o caso das grávidas – pode evoluir para quadros mais graves, que incluem pneumonia. Durante a gravidez, o organismo das mulheres fica mais vulnerável a infeções e o risco de complicações de uma gripe são maiores. Ao contraírem infeção pelo vírus da gripe, as grávidas estão sujeitas a maiores restrições na toma de medicamentos (pois estes podem afetar o feto) e o risco de um parto prematuro e do nascimento de um bebé de baixo peso são maiores. A melhor forma de prevenir a doença é, então, a vacinação.
Quando deve ser tomada a vacina da gripe
A vacina da gripe encontra-se disponível durante a época gripal – entre os meses de outubro e março. As mulheres grávidas devem vacinar-se a partir das 12 semanas de gestação, depois de passado o período em que o risco de aborto espontâneo é maior. Não há qualquer evidência de que a vacina da gripe se associe a abortamento, no entanto é prática instituída que a grávida evite a vacinação no primeiro trimestre de gestação.
Vacina da gripe na gravidez e o bebé
A vacina da gripe protege as mulheres grávidas da doença mas também os recém-nascidos. Os bebés nascem com um sistema imunitário frágil e só podem ser vacinados a partir dos seis meses de vida. Quando nascem, os bebés estão protegidos com os anticorpos da mãe transmitidos através da placenta durante a gravidez e pelo leite materno depois do parto. Se a mãe tiver sido vacinada, os anticorpos também irão proteger o bebé nos primeiros meses de vida.
Um estudo da Universidade de Utah, Estados Unidos, conclui que os bebés de mães que tomaram a vacina da gripe na gravidez tinham menos 64% de risco de terem sintomas de gripe e menos 70% de risco de contraírem infeções respiratórias nos primeiros seis meses de vida.
Quais os efeitos secundários da vacina da gripe na gravidez?
A vacina da gripe pode provocar vermelhidão e alguma dor no local da injeção que são temporárias. Algumas pessoas referem ainda dores de cabeça, dores musculares, náuseas e cansaço depois da vacina, mas estes sintomas passam ao fim de alguns dias.
A vacina da gripe evita esta doença?
A vacina da gripe é a melhor forma de prevenir a doença, mas como qualquer vacina não oferece uma proteção total. Por isso, é possível adoecer com gripe mesmo que tenha tomado a vacina. No entanto, os sintomas serão mais ligeiros e a possibilidade de ser internada com complicações é muito reduzida. Ainda assim a grávida deve consultar o seu médico assistente.
E quanto ao vírus SARS-CoV-2, a vacina da gripe protege-me da COVID- 19?
O vírus responsável pela pandemia que estamos a atravessar não pertence à família dos vírus da gripe. É um vírus novo, pertencente à família dos Coronavírus, pelo que a vacina da gripe não tem qualquer efeito sobre este vírus. Deste modo, e à semelhança do que acontece com a gripe, a vacinação contra o vírus SARS-CoV-2 associado à proteção individual, com o uso de máscara adequada, limpeza regular das mãos e evicção de contactos de risco são essenciais na prevenção primária desta patologia.
Em suma:
A ideia de que as grávidas não devem tomar a vacina da gripe está errada. As grávidas são um dos grupos prioritários a quem a Direção-Geral da Saúde recomenda fortemente a toma da vacina da gripe.