3 min

Blefaroplastia: como rejuvenescer os olhos

Colaboração
Esta cirurgia corrige os famosos “papos”, alterações das pálpebras que ocorrem com o envelhecimento.

O nome não é comum, mas a palavra “blefaroplastia” descreve exatamente aquilo que é. Ambas de origem grega, “plastia” significa cirurgia ou operação plástica, que tem como objetivo reparar uma região específica do corpo, e “blefaro” designa pálpebras. Somadas as partes, é fácil compreender: blefaroplastia é “um procedimento cirúrgico de rejuvenescimento da região peri-orbitária [região das pálpebras]”, explica Catarina Diniz, especialista em Cirurgia Plástica e Reconstrutiva do Hospital Lusíadas Lisboa.

Este tipo de intervenção cirúrgica tem como objetivo retirar o excesso de pele, os papos, tratar a flacidez e atenuar as rugas que acompanham o envelhecimento da pele, ajudando a rejuvenescer esta região da face. É frequentemente associada a outras cirurgias faciais de rejuvenescimento.

 

Pele e envelhecimento

Tal como o resto do organismo, também a pele envelhece com o passar dos anos. Na face, a perda de elasticidade e a exposição solar são dois fatores que contribuem para o processo de envelhecimento, resultando em excesso cutâneo, herniação de gordura (“papos”), enfraquecimento/“queda” da pálpebra inferior (o que leva à exposição excessiva do olho), aparecimento de rugas e aprofundamento do sulco nasojugal (entre o nariz e a face).

Em alguns casos, este processo de envelhecimento pode dificultar a visão. “Quando há um excesso cutâneo considerável, essa prega pode estar sobre as pestanas ou ultrapassá-las, exigindo um maior esforço na abertura da pálpebra ou interferindo mesmo com o campo visual”, explica a cirurgiã.

 

A opção da blefaroplastia

“O restabelecimento de um olhar mais jovem e menos cansado leva ao bem-estar e à melhoria da autoestima”, garante a cirurgiã. “No caso de correção de pregas cutâneas marcadas que comprometem os campos visuais há, naturalmente, uma melhoria funcional e de qualidade de vida.”

Quem costuma recorrer à blefaroplastia? “Homens e mulheres, tanto mais jovens (devido à prega excessiva na pálpebra superior), como entre os 40 e os 70 anos, no contexto de um fotoenvelhecimento à volta dos olhos agravado pela exposição cumulativa ao sol, como pessoas mais velhas (muitas vezes relacionado com o facto da interferência funcional)”, responde a especialista.

 

Antes da cirurgia

Até ao momento da cirurgia, é necessário percorrer um processo capaz de garantir o melhor prognóstico possível. A nível clínico, é necessário assegurar que a pessoa é saudável, sendo, para isso, exigida uma avaliação médica geral, além de uma análise peri-orbitária e oftalmológica.

Há ainda alguns cuidados a ter: é essencial garantir que não há lesões na região das pálpebras, tais como infeções, feridas ou queimaduras. No caso de a cirurgia ser efetuada com sedação ou anestesia geral, é preciso cumprir um período de jejum. 

 

Como funciona a blefaroplastia

A blefaroplastia acontece normalmente em regime ambulatório. É frequente o paciente realizar ao mesmo tempo outras cirurgias na face, como o lifting frontal, que atenua as rugas frontais e levanta as sobrancelhas, e o lifting cervico-facial, que melhora a flacidez da face e do pescoço.

“O envelhecimento é um processo multifactorial, contínuo e não isolado. A face tem que ser analisada como um todo e tem que se enquadrar com o resto do corpo, pelo que pode fazer sentido realizar uma cirurgia isolada, em associação com outra ou ainda ser complementada com outros tratamentos”, diz Catarina Diniz.

A cirurgia ocorre sob sedação, anestesia local ou geral. Durante a intervenção, o cirurgião remove o excesso de pele das pálpebras superiores e retira ou remodela as bolsas de gordura existentes. Em alguns casos, é feita ainda a correção do enfraquecimento da pálpebra inferior ou enxerto de gordura.

 

O pós-operatório

O pós-operatório não costuma ser doloroso, tanto que é frequente os analgésicos só serem necessários no primeiro dia após a cirurgia. No entanto, devido à fotossensibilidade e ao inchaço da região peri-orbitária, a primeira fase da recuperação pode envolver algum incómodo, sendo ainda caracterizada pela ocorrência de equimose (nódoas negras). Por isso, é importante que na fase do pós-operatório, ao estar deitado, se eleve a cabeceira, se aplique gelo na região em causa da face, evitando ainda esforços físicos e exposição solar.

Quanto às cicatrizes, a pele da pálpebra permite escondê-las. “Habitualmente são muito pouco percetíveis devido às características da pele das pálpebras e pelo facto de serem colocadas numa prega”, descreve Catarina Diniz. “Nas pálpebras inferiores a cirurgia pode ser realizada por dentro da pálpebra, não deixando cicatriz cutânea visível.”
 

Ler mais sobre

Estética

Este artigo foi útil?

Revisão Científica

Dra. Catarina Diniz

Dra. Catarina Diniz

Hospital Lusíadas Lisboa
Clínica Lusíadas Almada
PT