Exercícios para o cérebro: descubra como treinar a mente
Como funciona o cérebro?
O nosso cérebro detém certas funções independentes da nossa vontade, designadas de funções autonómicas, essenciais para a nossa adaptação e regulação ao meio ambiente e sobrevivência. Para além disso, este órgão detém funções ditas superiores que dependem da nossa vontade, conhecidas usualmente por funções cognitivas (como a memória de trabalho e aprendizagem, a linguagem ou o raciocínio lógico-aritmético). As funções cognitivas dependem da ativação de certas áreas cerebrais e estão conectadas funcionalmente entre si através de circuitos neuronais onde os neurotransmissores (substâncias químicas biossinalizadoras produzidas pelos neurónios) funcionam como veículos de transporte de informação.
Qual o impacto destas funções no nosso dia a dia?
Os domínios cognitivos têm um enorme impacto no nosso quotidiano. Através da sua comunicação, são responsáveis pela vida funcional que levamos, existindo uns domínios mais complexos que outros. Estes são:
- A Atenção;
- A Memória episódica (recordação de um evento num determinado espaço e tempo);
- O Raciocínio lógico;
- O Pensamento abstrato;
- As Funções executivas.
Estes domínios são importantes pois permitem que executemos tarefas diárias, tais como:
- A Execução de rotinas básicas e instrumentais;
- A Gestão das interações familiar e social;
- O Desempenho regular e eficaz no trabalho;
- A Capacidade para resolver de forma adequada problemas do dia a dia ou situações inesperadas que precisam de uma resposta adaptada;
É possível “treinar” o nosso cérebro?
Sim, é possível. Em vez de esperarmos pelas consequências que o passar do tempo produz, podemos “treinar” os diferentes domínios cognitivos através de exercícios diários que têm como objetivo melhorar a ativação cerebral e, consequentemente, o rendimento intelectual. A este conjunto de exercícios dá-se o nome de Treino Cognitivo.
Para que o treino seja eficaz, é necessário que a pessoa esteja saudável, tanto a nível fisiológico como psicológico e motivada para as tarefas.
É importante não confundir este conceito com a reabilitação cognitiva, que implica objetivos específicos de estimulação e de compensação de funções cognitivas perdidas em situações de lesão cerebral ou de doenças degenerativas do cérebro.
O sucesso do treino cognitivo depende também do grau de frequência ou repetição dos exercícios cerebrais; dos hábitos e estilo de vida do sujeito ou da forma como se organiza ou manipula o seu espaço ambiental.
Por onde começar o treino cognitivo?
O treino cognitivo, para ser eficaz, deve seguir um conjunto de regras:
- Realizar os exercícios com a máxima frequência possível (preferencialmente diariamente) e com uma duração mínima de 30 minutos;
- Abordar um domínio cognitivo por sessão;
- Começar a treinar domínios cognitivos simples até aos mais complexos;
- Aumentar progressivamente o nível de dificuldade dos exercícios em cada semana.
Alguns exemplos de exercícios para o cérebro
Para começar, o neuropsicólogo André Carvalho, especialista em neurociências, propõe um plano simples, com sugestões baseadas em jogos e passatempos conhecidos:
- Puzzles de 1000 peças ou jogo de paciência (cartas)
Qualquer uma destas atividades estimula os processos de atenção focada, dividida e seletiva.
- Registo diário
No fim do dia, escreva uma lista de todas as tarefas realizadas desde que acordou, com indicação da hora em que foram realizadas. Este exercício trabalha a memória episódica e deve ser repetido diariamente.
- Sudoku
Este passatempo desenvolve o raciocínio lógico, obrigando-nos a trabalhar áreas importantes do nosso cérebro.
- Provérbios populares
A leitura e interpretação de provérbios populares ajuda a desenvolver o pensamento abstrato.
- Tangram
Resolver o famoso quebra-cabeças chinês milenar é um exercício puro de flexibilidade mental, planeamento e orientação visuoespacial.
Existem plataformas online recomendadas, como a Cogweb, NeuronUp ou o Lumosity que oferecem planos de treino, além de materiais de qualidade.
Se quiser saber mais ou tem dúvidas e necessita de orientações, agendar uma Consulta de Neuropsicologia é uma das melhores formas de começar.
Quando marcar uma consulta de Neuropsicologia?
Na especialidade de Neuropsicologia, além das avaliações neuropsicológicas, um meio complementar de diagnóstico que permite identificar disfunções cognitivo-comportamentais decorrentes do envelhecimento ou de lesões e doenças degenerativas do cérebro, também podem ser conduzidas sessões de psicoeducação e estimulação cognitiva como forma de suporte e adaptação a dificuldades cognitivas emergentes com a idade.
No grupo Lusíadas Saúde, acreditamos que a saúde começa na prevenção. Através das sugestões valiosas do Dr. André Carvalho, pode começar já hoje a preparar o seu cérebro para o futuro.
Se surgirem sintomas ou se tiver alguém próximo que apresente problemas de memória, linguagem ou alterações de comportamento, pode marcar uma consulta da especialidade numa das nossas Unidades.