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Festivais de verão: divirta-se com saúde

Chegam quando o calor aperta, juntam milhares de pessoas no mesmo espaço e são inesquecíveis. Mas para que as recordações dos festivais de verão sejam apenas as melhores, esteja atento a pequenos detalhes que fazem a diferença. Rui Dias, Enfermeiro Coordenador Internamento Médico Cirúrgico e UCA Comissão de Emergência e Reanimação, explica-lhe como.

Por norma, lembramo-nos do lado positivo dos festivais de verão: da música, dos amigos e daquelas noites quentes. Mas por vezes o calor pode tornar-se impiedoso, a bebida na mão só acentuar os sintomas de desidratação e, com tudo isso, nem desfrutar da música. Assim, para que esse não seja o desfecho de um evento que tanto esperou, Rui Dias, Enfermeiro Coordenador Internamento Médico Cirúrgico e UCA, Comissão de Emergência e Reanimação, aponta dicas para que tenha apenas noites memoráveis.  “Para nós, profissionais de saúde, é sempre uma experiência diferente poder atuar num contexto que não é aquele a que estamos habituados. Estamos habituamos a trabalhar em contexto hospitalar e poder prestar este tipo de cuidados em eventos desta dimensão, num ambiente muito diferente, é um desafio. Faz-nos ser mais criativos”, conta Rui Dias.

Os incidentes mais comuns nos festivais de verão

1. Alergias

O que fazer?

Não se esqueça da medicação. “No caso das alergias, normalmente as pessoas já têm antecedentes deste foro. E em algumas situações deviam ter feito a medicação, mas por coincidência naquele dia [do evento] não o fizeram, esqueceram-se, o que as predispõe bastante [para episódios]. Porque há sol, há calor e portanto aquele ambiente [de festival] é mais propício a este tipo de ocorrências”, explica Rui Dias. 

2. Lesões osteoarticulares

Porquê?

O evento decorre no Parque Tejo, e o piso, apesar dos cuidados da equipa de produção, é algo acidentado. É conveniente que utilizem calçado confortável, partilha Rui Dias.

 

3. Desidratação/insolação

O que fazer?

Prefira as sombras, beba água e coloque protetor solar quando estiver nos recintos dos festivais de verão. Além da desidratação, quem vai a um festival de verão pode sofrer de insolação. A prevenção passa por proteger-se do sol e escolher as sombras. “É a medida mais eficaz”, sintetiza Rui Dias, acrescentando que não se deve esquecer do protetor solar. “De facto, no Rock in Rio notámos que as pessoas não tinham protetor solar e conseguimos disponibilizar no local”, diz o enfermeiro.

Dica útil

Hidrate-se apenas com água. As cervejas e as bebidas açucaradas não são bons aliados se quer combater o calor e estar hidratado. No caso do álcool, trata-se até de um falso amigo porque, na realidade, este acelera a desidratação: “Uma das consequências da ingestão em excesso de álcool é a desidratação, daí as dores de cabeça [depois de se consumir muito álcool]. No caso dos festivais, em que todos os dias há temperaturas elevadas, as pessoas acabam por suar mais e acaba por haver aqui uma série de fatores que vão concorrer para o mesmo: perigo de desidratação”, alerta Rui Dias.

Sinais de alerta

I. Desidratação: “Os mais evidentes são a sede e também a existência de dores de cabeça. Sendo que a sede é aquele sinal que surge mais precocemente. A sede, a boca seca surgem quando estamos a ficar desidratados”, assinala Rui Dias. 

II. Insolação: “Os sinais são dores de cabeça e também ter a pele vermelha, quente e a própria queimadura solar, além daqueles que se verificam nos casos de desidratação”, acrescenta Rui Dias.

4. Intoxicações alcoólicas

O que fazer?

Conheça o seu limite. “Foi algo para o qual estávamos preparados porque pelo ambiente de festa e pelas idades das pessoas, estes excessos acontecem. O que recomendamos é que as pessoas tenham presente qual é o seu limite em termos de ingestão até porque dada a temperatura ambiente no evento, o risco de a pessoa não se hidratar devidamente leva a que o risco de intoxicação seja muito maior”, conta Rui Dias. Se encontrar alguém com sinais de intoxicação por álcool, peça auxílio aos profissionais de saúde do evento o mais precocemente possível.

5. Medicação habitual

Se toma medicação diariamente, deve manter essa rotina, não interrompendo o plano terapêutico habitual e evitar alguma agudização.
 

6. Alimentação

Manter refeições habituais, ao longo do dia, não fazendo longos períodos de jejum durante o evento que podem culminar num quadro de hipoglicémia.

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