Pediatria online: como manter o seu filho atento na consulta
Com a pandemia COVID-19, aumentaram as consultas virtuais, que garantem cuidado médico sem a necessidade de sair de casa evitando, assim, deslocações desnecessárias.
No entanto, no que se refere às crianças e aos adolescentes, estas consultas podem ser mais desafiantes: no primeiro grupo etário, é mais difícil manter a concentração, enquanto no segundo é mais complicado o desenvolvimento da empatia entre os jovens e os médicos.
O Grupo Lusíadas Saúde lançou o serviço Teleconsulta SOS Pediatria para casos de urgência de crianças e adolescentes. De modo a tirar o melhor proveito destas consultas, os especialistas continuam a adotar “estratégias adequadas para as diferentes faixas etárias”, explica Cristiana Ribeiro, pediatra do Hospital Lusíadas Braga. Já os educadores devem ter em consideração alguns aspetos na organização prévia do momento.
Estratégias para facilitar a consulta
No caso das crianças, sendo um dos grandes desafios cativar a atenção, “o recurso a objetos lúdicos ou a conversas de interesse podem ajudar a combater esta dificuldade e tornar a consulta à distância mais humanizada”, explica a especialista.
No que toca aos adolescentes, embora já se concentrem mais facilmente — estando também mais habituados à dinâmica do encontro virtual —, o médico tem de se esforçar mais para conseguir gerar empatia e confiança.
Mas, do lado dos educadores, há outras estratégias que podem ajudar: “A organização [prévia] pode fazer com que as consultas sejam mais proveitosas e a situação da criança seja resolvida de forma mais rápida”, explica Cristiana Ribeiro.
Alguns pontos a que deve estar atento:
- Previamente, é importante organizar a informação necessária para a consulta. Os pais devem começar por anotar as preocupações e dúvidas em relação à saúde da criança e do adolescente.
- Para a consulta, devem trazer consigo o Boletim de Saúde Infantil e Juvenil, o Boletim de Vacinas e a lista da medicação que a criança ou o adolescente possa estar a fazer, quer seja devido a uma situação aguda (uma doença temporária), quer seja devido a uma doença crónica.
- É importante levar a informação do peso da criança atualizado, caso seja necessário adaptar a dosagem de alguma medicação para o peso atual da criança.
- Se a criança ou o adolescente tiver efetuado exames prévios, é fundamental ter esta informação na consulta virtual.
- É importante escolher um espaço calmo e iluminado não só para facilitar a conversa, mas também para “evitar a distração”, ajudando “o médico na avaliação mais precisa da criança”, recomenda a especialista.
- No caso dos mais novos, “pode ajudar ter objetos lúdicos do interesse da criança para que ela se entretenha, enquanto os pais expõem as preocupações”.
Por fim, Cristiana Ribeiro explica que uma conversa antecipada entre pais e filhos, em que se explica o objetivo e o desenrolar da consulta, pode ajudar. Esta é uma forma de “desmistificar” o que vai suceder, assegura a especialista.
O que é a Teleconsulta SOS Pediatria
A Teleconsulta SOS Pediatria foi lançada pelo Grupo Lusíadas Saúde para ajudar os pais durante a pandemia. “Permite dar uma resposta imediata a episódios de urgência e colmatar o atual medo dos pais relativamente à deslocação às unidades hospitalares”, explica Cristiana Ribeiro.
A consulta destina-se a crianças e adolescentes até aos 17 anos, acompanhadas por um adulto responsável. As consultas estão disponíveis para qualquer pessoa em Portugal continental, nas ilhas, e também para quem está fora do país.
É muito fácil agendar: “As teleconsultas podem ser marcadas para o próprio dia, através da aplicação [App + Lusíadas], do Portal Lusíadas ou através dos contactos telefónicos das várias regiões”, explica a especialista.
A teleconsulta tem o apoio de equipas médicas das Unidades de Atendimento Urgente do Hospital Lusíadas Lisboa e do Hospital Lusíadas Porto, e das Consultas sem Marcação de Pediatria do Hospital Lusíadas Braga e da Clínica Lusíadas Faro.
O que acontece na teleconsulta
Durante a teleconsulta, o médico recolhe a informação sobre a situação do doente e tenta, caso seja possível, verificar alguma alteração física. Se o especialista concluir que não é necessária uma consulta presencial, poderá fazer uma prescrição médica por SMS ou via email, através da plataforma do Sistema Nacional de Saúde. “Caso se justifique realizar exames em ambulatório, estes podem ser requisitados e enviados para os pais”, explica Cristiana Ribeiro.
Se for necessária uma melhor avaliação do paciente, os pais são aconselhados a levar a criança ou o adolescente a uma consulta de urgência. “Caso se desloquem a um hospital/clínica do Grupo Lusíadas, a teleconsulta será isentada.”
A teleconsulta não é aconselhada para todas as situações médicas, ressalva a especialista. “Todas as situações potencialmente graves não devem ser avaliadas em teleconsulta.”