10 sinais que o devem levar ao oftalmologista
Se for jovem ou adulto, são vários os sinais a que deve estar atento e que o devem levar ao oftalmologista. Mas, quando se trata de uma criança, independentemente de pais ou cuidadores terem notado algum sinal, “é importante levá-la a uma consulta em idade pré-escolar”, diz o coordenador da Unidade de Oftalmologia do Hospital Lusíadas Amadora, António Santos Melo.
Os 10 sinais
- Uma visão desfocada, quer ao longe quer ao perto, quase sempre indicia que a pessoa precisa, pelo menos, de alguma correção de refração.
- Uma perda mais ou menos súbita de visão também é um dos sinais importantes de alerta que o devem levar a um oftalmologista.
- Outro sinal é aquilo a que se chama uma diplopia, ou seja, uma visão dupla. “As pessoas olham para um objeto e veem dois: um carro ou uma pessoa que está duplicada. Nem sempre é um problema oftalmológico.”
- Uma sensação de intolerância à luz, fotofobia, quer seja unilateral ou bilateral, é um sinal de alerta.
- Outro sinal de alerta na população é a visualização de manchas. “As pessoas dizem ver umas moscas ou uns aranhiços. Às vezes é acompanhado por uma sensação de flash luminoso, outras vezes não. Muitas vezes, surge primeiro o flash luminoso e, um ou dias depois, começam a ver os tais aranhiços, é sempre uma situação que deve levar a pessoa à consulta de Oftalmologia com alguma urgência.”
- Um sinal muito frequente é a sensação de olhos irritados. “Aquilo a que se chamam os olhos vermelhos, uma sensação de areia e picada, pode não ser particularmente grave, mas é bastante desconfortável, é bastante comum. Às vezes está só mencionado como um olho mais seco, por uma utilização intensa de meios tecnológicos. É de simples resolução, mas a observação oftalmológica é necessária.”
- Outra situação é a dor de cabeça que começa a instalar-se de forma mais ou menos frequente. “As cefaleias podem estar associadas à utilização de meios tecnológicos ou de esforço visual intenso — ou não, nem sempre estão associadas.”
- A alteração frequente da graduação que as pessoas costumam ter nos óculos também merece atenção. “Em princípio, a graduação dos óculos é mais ou menos estável num período de dois ou três anos. Se a pessoa começa a notar que mudou de óculos há uns meses e está a ver novamente mal, é porque alguma coisa se passa.”
- O aparecimento mais ou menos súbito ou progressivo, quer em crianças quer em adultos, dos olhos tortos. “Começou a entortar um ou dois olhos. É um estrabismo que tem significados diferentes num adulto e numa criança, mas é sempre um sinal de alerta.”
- A existência de dor ocular, mais ou menos rápida ou progressiva, deve levar a uma consulta com um oftalmologista.
Fatores de risco
Além dos sinais a que se deve estar atento, há fatores de risco, alerta o especialista. “As pessoas que sabem que têm doenças crónicas — por exemplo, há duas que são mais frequentes, que é a hipertensão arterial e a diabetes mellitus, que, só por existirem, devem induzir algum cuidado”, diz, explicando: “Pelo menos uma vez por ano, deve procurar uma consulta de Oftalmologia, já que estas doenças têm um impacto importante na visão e nas várias estruturas do olho.”
O caso das crianças
Independentemente de haver algum sintoma que chame a atenção, deve sempre existir a preocupação de fazer uma consulta numa idade pré-escolar. “A criança não se vai queixar que vê mal, sobretudo se vir bem de um olho e mal do outro, e, portanto, isso leva à criação de uma situação que se chama um olho preguiçoso, que é uma ambliopia por falta de estimulação desse olho”, explica o médico. “Se, para além disso, o que é frequente, os pais notarem que a criança entorta os olhos, aí vão logo ao oftalmologista.”
Ainda assim, há alguns sinais a que os cuidadores devem estar atentos. São eles:
- Sensibilidade exagerada à luz solar, sobretudo se for só de um olho. Uma criança que, quando chega à rua, fecha um olho e esconde a cara é um sinal de alerta.
- Muitas vezes existem situações de astigmatismo, que é um erro de focagem. “A criança traduz daquela forma a hipersensibilidade à luz, mas, mais importante do que isso, é que aquele olho, como não está a ser estimulado devidamente, vai criar condições para se tornar o tal olho preguiçoso.”
- Se a criança se aproximar muito dos ecrãs, deve levar a que os pais se preocupem se vê bem. “Muitas vezes, vê bem, e é mais pela excitação de estar mais próximo da ação, mas também pode ser porque ouve mal.”
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Revisão Científica
Dr. António Santos Melo
Coordenador da Unidade de Oftalmologia