Bebés: Primeiros Passos na Saúde Ocular

Os cuidados com a visão começam desde cedo. Recomenda-se que os bebés tenham a sua primeira avaliação oftalmológica até aos seis meses de idade. A avaliação pediátrica ou em cuidados de saúde primários permite a observação de sinais como leucocória (pupila branca), estrabismos ou nistagmos com consequente referenciação para consulta de Oftalmologia Pediátrica. Nesta consulta o diagnóstico e tratamento precoce de problemas como erros refrativos (astigmatismo, miopia e hipermetropia), estrabismo e potencial ambliopia consecutiva (olho preguiçoso) são de capital importância para a maturação visual do bébé.

Crianças: Desenvolvimento e Prevenção

Durante a infância, os olhos das crianças estão em constante desenvolvimento. É fundamental que se realizem rastreios oftalmológicos em duas fases essenciais: entre os 3/4 e entre os 5/6 anos. Apesar de já ser possível a verbalização de queixas nestas idades, na maioria das vezes tal não acontece, pelo que apenas em rastreios será possível avaliar acuidades visuais, alinhamento e função binocular da criança assim como potenciais anomalias ao exame biomicroscópico. A maturação visual decorre até aos 10-12 anos de idade, pelo que o diagnóstico, acompanhamento e tratamento de patologias e erros refrativos determinará a qualidade visual futura da criança.  

Adolescentes: Adaptação e Cuidado Contínuo

Na adolescência, os olhos continuam a desenvolver-se e as mudanças hormonais podem afetar a visão. O uso de dispositivos eletrónicos pode causar fadiga ou mesmo induzir miopização ocular, pelo que devem ser promovidos hábitos saudáveis, como instituir pausas frequentes e limitar/dosear a utilização dos mesmos. Esta é também a idade em que muitos jovens manifestam vontade em iniciar o uso de lentes de contacto, possíveis na fase final da adolescência, mas que acarretam riscos muitas vezes ignorados. A instrução e aplicação dos cuidados e hábitos de higiene a ter, são fundamentais para evitar complicações desnecessárias.

Adultos: Manutenção e Prevenção de Doenças

Os adultos devem manter uma rotina de exames oftalmológicos a cada dois anos, ou com maior frequência se tiverem condições patológicas pré-existentes. Nesta fase, torna-se importante o rastreio de doenças oculares potencialmente causadoras de grande incapacidade visual ou mesmo cegueira, como são disso exemplo o glaucoma, a degenerescência macular da idade ou a retinopatia diabética. O seu diagnóstico e tratamento precoces assumem particular relevância e são cruciais para a qualidade de vida de quem deles padece. 

É igualmente um período que se caracteriza pela procura da correção cirúrgica de erros refrativos (miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia). A mesma carece de uma avaliação pormenorizada em consulta, devidamente complementada por exames auxiliares de diagnóstico. Esta análise integrada determinará a viabilidade ou não do procedimento e da tão desejada independência de óculos/lentes de contacto. 

Idosos: Cuidados Especiais na Terceira Idade

Na terceira idade, patologias previamente descritas como o glaucoma ou doenças de retina tornam-se mais frequentes. É igualmente o período em que a perda de acuidade visual é habitualmente causada não por erros refrativos, mas por outras patologias como é o caso das cataratas, cujo tratamento é exclusivamente cirúrgico. Exames oftalmológicos anuais são fundamentais para a deteção precoce e tratamento dessas condições.

A saúde ocular é um aspeto vital do bem-estar geral em todas as etapas da vida. Desde os primeiros meses de vida até à idade avançada, consultas regulares com um oftalmologista, hábitos de vida saudáveis e o diagnóstico e tratamento atempados de potenciais patologias são o garante da qualidade visual que todos desejarão.