2 min

Rastreio oftalmológico nas crianças

Revisão Científica
Desde o seu nascimento, as crianças devem ser seguidas pelo pediatra que fará o rastreio oftalmológico. No pré-escolar é obrigatório.

Importância do rastreio oftalmológico

"É na faixa etária pediátrica que surgem excelentes oportunidades de rastreio de doenças para que o seu tratamento impeça futuras sequelas", afirma João Bismarck Pereira, coordenador da Unidade de Pediatra do Hospital Lusíadas Lisboa. "Os pediatras são rastreadores por excelência e nas consultas de seguimento da criança saudável podem detetar complicações oftalmológicas sem que os pais percebam", explica o especialista sobre a importância do rastreio oftalmológico nas crianças.

Logo na primeira consulta do recém-nascido, o bebé é observado cuidadosamente e é-lhe feito um exame externo ao reflexo do fundo ocular. Também nos primeiros meses são analisados repetidamente os reflexos e capacidade de fixação e perseguição dos objetos, o que fornece uma avaliação qualitativa da visão, assim como alterações da pupila ou estrabismos.

 

Frequência dos exames

Para uma melhor avaliação, a criança deve fazer um rastreio oftalmológico assim que consegue colaborar na realização de alguns testes, o que acontece por volta dos três a quatro anos. Deve ser repetido a cada dois anos.

"Devemos ter em especial atenção que a grande maioria das alterações da visão pode passar despercebida durante muito tempo e que este atraso pode ter consequências desastrosas", alerta o pediatra. Os olhos necessitam de ser estimulados para se desenvolverem. Se um olho, como consequência de uma pequena alteração é automática e inconscientemente menos utilizado pela criança, a tendência é para que seja cada vez menos solicitado. Isto poderá potenciar situações irreversíveis de perda total de visão de um dos olhos – a ambliopia.

 

Sintomas de doença

  • Sensibilidade exagerada à luz;
  • Comichão nos olhos repetidamente;
  • Necessidade de aproximação do quadro ou da televisão;
  • Procura por uma posição especial com a cabeça para ler;
  • Olhos desalinhados, inflamados ou lacrimejantes.
  •  

Doenças mais comuns

  • Miopia

Quando há dificuldade em ver ao longe. Tem habitualmente tendência a agravar com o crescimento mas pode ser corrigida com óculos.

  • Hipermetropia

Dificuldade em ver ao perto.

  • Astigmatismo

Em que a alteração da curvatura do olho leva à distorção da imagem quer ao perto quer ao longe que pode ocorrer em simultâneo com as primeiras. Tem tendência a melhorar, pelo que quando o grau não é muito acentuado é por vezes possível vigiar sem corrigir.

  • Estrabismo

Dá-se quando os olhos não têm o seu eixo alinhado e é frequentemente notado pelos pais e familiares (muitas vezes por meio das fotografias). O desvio pode ser para dentro (estrabismo convergente) ou, mais raramente, para fora (estrabismo divergente). O estrabismo convergente se for intermitente pode ser fisiológico (normal) no bebé até aos seis meses.

Tratamento do estrabismo: habitualmente o olho desviado tem tendência a tornar-se "preguiçoso", o que significa que vai perdendo a sua capacidade de visão. O tratamento pode envolver diferentes métodos, nomeadamente a oclusão intermitente do olho não desviado, para estimular a visão no olho afetado.

Ler mais sobre

Criança Doenças dos Olhos

Este artigo foi útil?

Revisão Científica

Dr. João Bismarck Pereira

Dr. João Bismarck Pereira

Coordenador da Unidade de Pediatria

Hospital Lusíadas Lisboa

Especialidades em foco neste artigo

Especialidades em foco neste artigo

PT