Existem alimentos anti-inflamatórios?
O que é a inflamação?
Quando o organismo é exposto a fatores externos — vírus, parasitas, bactérias e outros (como o stresse crónico) —, o sistema imunitário desenvolve um processo inflamatório ou inflamação, como forma de responder e destruir os agentes agressores. A inflamação pode ser crónica ou aguda, dependendo da sua duração.
Uma inflamação crónica ao fim de três meses ainda não está curada; qualquer inflamação que dure menos tempo denomina-se aguda. Vários estudos demonstram que a inflamação crónica é provavelmente a maior causa, a médio e longo prazo, de várias doenças graves, nomeadamente o cancro.
Como se manifesta o efeito anti-inflamatório dos alimentos?
Os alimentos anti-inflamatórios atuam no nosso organismo reduzindo a produção de elementos que estimulam a inflamação. Estes alimentos têm características que estimulam e fortalecem o sistema imunitário, aumentando assim a resistência a fatores externos invasivos.
Que alimentos têm este efeito?
Os que se encontram mais frequentemente na Dieta Mediterrânica, que é a base da alimentação portuguesa. São eles:
- Vegetais de folha verde-escura com vitamina E, que é essencial para combater processos inflamatórios. Exemplos: brócolos, espinafres ou couves;
- Peixes gordos com elevado teor de ácidos gordos essenciais, como o ómega 3, que favorecem a produção de neurotransmissores, importantes para a memória e o controlo do stresse, reduzindo assim os processos inflamatórios. Exemplos: salmão, cavala, atum, sardinha, arenque;
- Azeite, uma gordura vegetal rica em polifenóis, substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias. Tem também ácido alfalinolénico (ALA), que ajuda no combate à inflamação;
- Frutos secos, uma fonte natural de ómega 3, fibra, cálcio e vitamina E, com uma elevada concentração de antioxidantes que ajudam o organismo a corrigir os danos causados pela inflamação. Exemplos: amêndoas, nozes, linhaça, chia, avelãs;
- Fruta, um alimento com baixo teor de gordura e de calorias e um elevado nível de antioxidantes.
- A fruta vermelha tem um elevado poder anti-inflamatório graças às antocianinas, o pigmento que lhe dá a cor (exemplos: framboesas, amoras, mirtilos, cerejas, romãs);
- Os citrinos, graças ao seu alto teor de água, fornecem hidratação e eletrólitos para o organismo; as suas propriedades de combate à inflamação encontram-se na casca e no sumo (exemplos: laranjas, limões, tangerinas).
- Tomate, um alimento rico em licopeno (que lhe dá a cor vermelha), cálcio, ácido fólico, fósforo, potássio e agentes antioxidantes, como é o caso das vitaminas A, B, C e E. É eficaz na prevenção de alguns tipos de cancro e no fortalecimento do sistema imunitário.
Que quantidades devem ser ingeridas?
Não se trata de definir quantidades. Devemos ter uma alimentação equilibrada e variada, procurando que os alimentos anti-inflamatórios estejam presentes no nosso dia a dia. Recomenda-se comer peixe diariamente, assim como verduras verde-escuras, além de fruta e frutos secos.
Em oposição, há alimentos inflamatórios?
Os alimentos inflamatórios são aqueles que provocam inflamações no organismo. Devido a uma oxidação excessiva das células inflamatórias, causada por uma produção excessiva de radicais livres na região afetada, há uma degeneração mais rápida do tecido que está persistentemente inflamado.
Exemplos:
- Comida pronta a aquecer ou a descongelar (piza, lasanha e outros tipos de fast food em que são usadas, entre outros ingredientes evitáveis, gorduras trans);
- Carnes processadas (como linguiça, bacon, salsichas);
- Gorduras saturadas;
- Açúcares e hidratos de carbono refinados.