Truques para um intestino saudável
“Precisamos de comer para viver e absorver bem aquilo que comemos, daí a importância de ter um intestino saudável”, afirma António Pinto, gastrenterologista do Hospital Lusíadas Lisboa. Tratar bem o intestino significa tratar bem um órgão com cerca de sete metros de comprimento: cinco a seis de intestino delgado e um a dois de intestino grosso. “O primeiro tem como função absorver os nutrientes e fazê-los entrar na corrente sanguínea”, explica o médico. “O segundo serve sobretudo para absorver a água e eliminar o que não interessa ao nosso corpo.”
Influências sobre o bem-estar
O intestino está ligado ao cérebro, pelo que se sentirmos algum desconforto abdominal também o sentimos mentalmente. “Depois é preciso saber identificar essa sensação e sintomas”, diz António Pinto. Aponta como principais sintomas se algo não está bem com o nosso intestino:
- Obstipação;
- Diarreia;
- Distensão abdominal;
- Dor ou desconforto abdominal;
- Perda de sangue nas fezes.
A importância dos rastreios
Todos os anos são diagnosticados cerca de 6.400 novos casos de cancro em Portugal, pelo que o rastreio é obrigatório. Dever ser realizado a partir dos 50 anos de idade, caso não se faça parte de algum grupo de risco. “Pode começar-se pela pesquisa de sangue oculto nas fezes e, no caso do teste dar positivo, efetuar uma colonoscopia, método invasivo, mas que permite detetar eventuais pólipos e removê-los”.
Quem tiver antecedentes familiares – pai ou mãe com cancro no cólon – deverá ser acompanhado em consulta familiar de cancro colorretal e fazer os exames com uma idade inferior em dez anos à qual foi diagnosticada a doença nos seus progenitores.
Regras para um intestino saudável
- Beber cerca de 1,5 litros de água por dia, se possível fora das refeições. O volume depende da atividade física, temperatura ambiente, sudação e tipo de profissão. Facilita o trânsito intestinal;
- Caminhar e fazer exercício físico também estimula a evacuação;
- Evitar as carnes vermelhas, sobretudo as mal passadas. Além do consumo acarretar riscos de contaminação por bactérias e parasitas, existem uma associação franca entre o aparecimento de pólipos no intestino e a ingestão deste tipo de proteínas, o que preconiza o aparecimento de cancro.
- Ingestão de fibras solúveis em água (as restantes não são absorvidas pelo intestino e passam para o cólon, onde são utilizadas pelas bactérias e acabam por libertar gases);
- Evitar adiar a ida à casa-de-banho regularmente; assim o músculo que sustém a fezes acaba por se tornar insensível e por não identificar a necessidade de evacuar.