Unidade de Artroplastias do Hospital Lusíadas Amadora dispõe de uma equipa multidisciplinar constituída por médicos especialistas em Ortopedia, nas áreas de diferenciação: Joelho, Anca, Mão e Cotovelo, assim como por Enfermeiros e Fisioterapeutas. Nesta Unidade o seu problema será avaliado e ser-lhe-á proposta a estratégia terapêutica mais indicada para a resolução.
Artroplastia Total da Anca
A artroplastia total da anca, também designada habitualmente de prótese da anca, é um procedimento indicado para a dor na anca. A cirurgia substitui a articulação da anca por um implante, com o objetivo de reduzir a dor e retomar as atividades da vida diária com qualidade.
Tipos de abordagem para a artroplastia total da anca:
Abordagem minimamente invasiva
Procura minimizar o impacto do procedimento nos tecidos/partes moles envolventes. Tem como vantagens o menor risco de danos ao tecido muscular, menos dor no período pós-operatório, recuperação mais rápida e facilitada, menos dias de internamento e menos riscos de instabilidade (luxação) da artroplastia.
Abordagem clássica
Habitualmente realizada com uma incisão na região lateral ou posterior da anca.
Escolha da melhor abordagem para o doente
Essa escolha terá de ter em conta diversos fatores, entre eles a idade, peso, nível de atividade física, estado geral de saúde, anatomia da anca, tipo de implante utilizado e seu modo de fixação.
Componentes da artroplastia total da anca
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Componente femoral: constituído por uma cabeça (metal ou cerâmica) conectada a uma haste (metálica) inserida no fémur proximal
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Componente acetabular: constituído por uma cup (metal) com uma camada interna -liner (polietileno ou cerâmica).
A ligação destes componentes ao osso pode ser realizada através de cimento cirúrgico (artroplastia cimentada) ou pelo crescimento ósseo que ao longo do tempo vai preenchendo a superfície porosa do implante (artroplastia não cimentada).
Cirurgia de revisão de artroplastia total da anca
Os implantes colocados sofrem desgaste ou podem descolar-se ao longo dos anos. Poderá ser necessária nova cirurgia para a sua substituição. Grande parte das artroplastias da anca duram entre 15 a 20 anos.
Resultados
A recuperação total da artroplastia da anca varia de pessoa para pessoa, mas grande parte dos casos já se encontra relativamente bem após três meses de cirurgia. São esperadas melhorias durante o primeiro ano após a intervenção cirúrgica.
Atividades com impacto direto no solo (corrida, por exemplo) podem ser solicitar em excesso os componentes da artroplastia, pelo que são sugeridas atividades com menor impacto, nomeadamente natação, ciclismo, entre outras.
FAQs
Quem pode beneficiar com o procedimento?
Pode ser recomendada pelo Ortopedista em casos de dor e limitação funcional em patologia como artrose da anca, artrite reumatoide, necrose avascular da cabeça femoral, fratura, tumor, entre outras.
Como saber se necessita da cirurgia?
Quando a qualidade de vida fica progressivamente comprometida. Alguns sinais sugestivos dessa deterioração podem ser a dificuldade em ter um sono reparador (motivada pela dor) ou a limitação na realização de tarefas simples como vestir ou subir escadas.
Pode ser realizada nas duas ancas simultaneamente?
Sim, dependendo de alguns fatores que terão de ser validados com o Ortopedista, nomeadamente a presença e tipo de comorbilidades, tolerância a uma cirurgia mais prolongada e uma recuperação mais desafiante.
Quanto tempo demora a cirurgia?
Em média, o procedimento demora entre uma a duas horas.
Como é o pós-operatório?
A recuperação começa logo após o procedimento. Recomenda-se o levante e treino de marcha assim que tolerados. Indivíduos sem outras patologias graves podem ter alta assim que desenvolvem autonomia suficiente para regressar ao domicílio (andar, subir escadas, entrar e sair do carro, …), o que se verifica perto do terceiro dia de internamento.
Quer regresse ao domicílio, quer ingresse numa unidade de reabilitação, será benéfico manter a fisioterapia durante algumas semanas até recuperar a força muscular e o arco de mobilidade.
Artroplastia Total do Joelho
A artrose do joelho é uma doença degenerativa da articulação que leva à perda progressiva da cartilagem articular. Esta patologia pode ocorrer de forma primária ou secundária a lesões articulares (lesões meniscais ou ligamentares), obesidade, doenças do foro reumatológico, sequela de fracturas, etc.
O desgaste da articulação do joelho leva à perda progressiva da qualidade de vida, que se manifesta com: dor, diminuição da mobilidade articular, episódios de derrame e numa fase mais adiantada deformidade articular. É fundamental o doente perceber que a doença começa muitas vezes anos antes do início dos sintomas e que estes muitas vezes apresentam-se através de “crises/agudizações”, ou seja, há períodos em que a sintomatologia se intensifica e poderá durar dias ou mesmo semanas.
Desta forma é importante compreender que deverá ser tida em consideração toda a sintomatologia: as queixas basais, a frequência das crises e a sua duração, pois muitas vezes são estes os fatores que levam o doente a optar ou não, pela intervenção cirúrgica num determinado momento.
A articulação do joelho é constituída por 3 compartimentos (compartimento medial, lateral e femoropatelar). A artrose pode envolver um ou mais compartimentos e de acordo com o compartimento envolvido poderemos ter diferentes sintomas, limitações e opções de tratamento.
O diagnóstico é clínico e imagiológico. O cerne da questão é sempre o doente e as limitações provocadas pela doença. O estudo imagiológico é realizado através de radiografias com incidências específicas, nomeadamente em carga, com o intuito de quantificar o desgaste articular. Na fase inicial da doença a radiografia poderá não ser esclarecedora e por vezes poderá levar à necessidade de complementar com ressonância magnética para uma melhor caracterização do problema.
O tratamento passa numa fase inicial por medidas não cirúrgicas, como: perda de peso, fortalecimento muscular (ex.: exercício físico e/ou fisioterapia), analgésicos, anti-inflamatórios, entre outros. Contudo é fundamental o doente compreender que tais medidas podem ajudar na dor e na recuperação da função, mas não tratam a artrose.
Na realidade não existe medicação oral nem injetável que previna ou atrase o desgaste articular. Não obstante, estas medidas são válidas porque ajudam no controlo da dor, mas é fundamental o doente obter esta explicação, de forma a evitar uma expectativa incorreta relativamente ao tratamento instituído.
Quando as medidas anteriores não conseguem devolver a qualidade de vida ao doente, muitas vezes necessitamos de optar por tratamentos cirúrgicos. Existem várias possibilidades terapêuticas, desde a osteotomia tibial e/ou femoral (realinhamento do membro) e a prótese/artroplastia do joelho. Esta última opção pode envolver a substituição de um ou mais compartimentos do joelho (ex.: artroplastias unicompartimentais, artroplastias totais), de acordo com o desgaste e tendo como principal objectivo a melhor solução para cada doente.
Prótese / Artroplastia do Joelho
A prótese do joelho é um dispositivo médico que implantamos no joelho artrósico durante um procedimento cirúrgico, designado artroplastia do joelho, com o objetivo de substituir as superfícies articulares desgastadas.
A artroplastia do joelho é realizada de acordo com os compartimentos articulares afetados.
Desta forma temos duas opções:
- a artroplastia total do joelho, quando os 3 compartimentos estão envolvidos
- as artroplastias unicompartimentais, quando apenas um compartimento está afetado (medial, lateral ou femoropatelar).
É importante salientar que a prótese unicompartimental é uma excelente opção, quando indicada, dado que se trata de uma intervenção menos agressiva e que por isso possibilita uma recuperação mais rápida. Basicamente substituímos apenas o que é necessário e mantemos os compartimentos não desgastados.
Independentemente da opção, o principal objetivo da cirurgia é devolver qualidade de vida.
Isto consegue-se porque a prótese permite eliminar a dor, ganhar amplitude articular, corrigir deformidades e desalinhamentos e assim retomar as atividades que gradualmente o doente deixou de fazer.
FAQs
Qual o momento mais adequado para a realização da cirurgia?
A definição desse momento está relacionado com a forma como a artrose do joelho influencia o quotidiano do doente. O ideal será realizar a cirurgia quando o tratamento não cirúrgico deixar de ser eficaz no controlo da dor e antes das limitações da artrose afetarem de forma contundente o dia a dia do doente.
Há limite de idade para realizar este procedimento?
A maioria dos doentes encontra-se na faixa dos 60 ou mais anos, não obstante o critério idade tenha deixado de ser rígido. Se no passado os doentes jovens com patologia degenerativa grave eram excluídos como candidatos a este procedimento, hoje os mesmo passaram a ser tratados, até porque um individuo jovem quer ter qualidade de vida durante a sua juventude e não aguardar por uma idade mais avançada para poder almejar essa mudança. Adicionalmente doentes com 80 ou mais anos também são candidatos ao procedimento. Mais do que a idade em valor absoluto é importante ter em linha de conta a motivação, patologia associada, o estado cognitivo e funcional do doente.
Qual a longevidade da prótese do joelho?
Se no passado era frequente ser mencionado durações médias de 10-20 anos (com sobrevidas de 80-90%), uma publicação recente revelou sobrevidas de 82% aos 25 anos nas próteses totais do joelho e de 70% nas próteses unicompartimentais.
Quando realizar a cirurgia?
Privilegiamos as abordagens minimamente invasivas, onde para além do tamanho da incisão são respeitadas as estruturas circundantes (pele, tecido celular sub-cutâneo, músculos, ligamentos e estruturas vasculo-nervosas). Adicionalmente utilizamos um conjunto de técnicas intra-operatórias cujo objetivo é reduzir a dor e a hemorragia no pós-opetarório. Todos estes fatores refletem-se na velocidade de recuperação do doente, iniciando a fisioterapia no dia seguinte à cirurgia e com tempos médios de internamento de 3-4 dias. O doente aquando da alta médica já consegue realizar marcha com auxiliares (canadianas e/ou andarilho) e consegue subir e descer escadas. A fisioterapia é imprescindível no pós-operatório e a sua duração é em média de 5-6 meses. A cirurgia de forma isolada não resolve o problema e para termos um bom resultado precisamos de uma adequada reabilitação funcional.
Conheça a nossa equipa
Dr. Miguel Carvalho
Coordenador de Orthopedics and Traumatology: Hospital Lusíadas Amadora
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