Enquadramento

O joelho é a maior e mais complexa articulação da espécie humana. Tem vários tipos de movimento (flexão, extensão e rotações) e, localizando-se nos membros inferiores que suportam o peso, está submetido a grandes cargas que podem atingir picos de cerca de 10 vezes o nosso peso corporal, o que significa umas centenas de quilogramas.

Além disso, é uma articulação submetida a múltiplas e variadas solicitações, principalmente nos que praticam algumas modalidades desportivas com corrida, mudanças de direção e contacto físico.

Ainda que muitas das causas de gonalgia (dor no joelho) sejam benignas, provocando dores transitórias, algumas são graves e podem deixar sequelas, pelo que, em caso de dúvida e/ou de persistência da dor, é importante consultar um médico especialista em patologia do joelho.

Principais Patologias

Traumática

Podem ser muitas as causas traumáticas para a gonalgia, seja por episódios traumáticos simples (como contusões) ou mais complexos (como as entorses), em que podem ser afetadas diferentes estruturas que compõem a articulação, nomeadamente os meniscos, os ligamentos (colaterais, medial e lateral e cruzados, anterior e posterior) ou a cartilagem, de forma isolada ou associada. Podem ainda ocorrer fraturas, resultantes de traumatismos de maior intensidade.

Sobrecarga

Mas, para além destas lesões traumáticas, podem existir outras, resultantes de microtraumatismos de repetição e/ou de sobrecargas físicas sistemáticas. Dito de outro modo, existem lesões que resultam de impactos ou esforços repetidos ou mantidos, principalmente em indivíduos não habituados a esse tipo de exercícios, como corridas em maiores distâncias e em terrenos mais duros, modalidades desportivas com saltos e receções, ou hábitos posturais com flexões marcadas e prolongadas dos joelhos, como, por exemplo, longos períodos sentado sobre um pé ou com os joelhos em hiperflexão e os pés presos nas pernas da cadeira. Frequentemente, este tipo de atividades e posturas, prolongadas no tempo, são causa de dor no joelho porque levam ao desenvolvimento de tendinites que requerem, com frequência, fisioterapia para além do tratamento médico.

Outra causa de gonalgia, também relacionada com sobrecarga, pode acontecer durante a infância e a pré-adolescência, numa altura em que o esqueleto ainda não está completamente formado. Quando há uma solicitação sistemática, de compressão, ou de tração de regiões ósseas onde há inserção tendinosa (por atividade física ou período de crescimento rápido), podem originar-se lesões ósseas conhecidas por osteocondroses. Estas lesões provocam dor e estão associadas a dores de crescimento, mas, quando localizadas no joelho (doença de Osgood-Schlatter na tuberosidade anterior da tíbia e de Sinding-Larsen-Johansson na rótula), são causa de dor no joelho. Contudo, estas são entidades habitualmente benignas, autolimitadas no tempo e de resolução espontânea, devendo ser tratadas sintomaticamente e não provocando, na generalidade dos casos, complicações.

Degenerativa

Para além das traumáticas, são as causas mais frequentes e persistentes de gonalgia, aparecendo, geralmente, de forma progressiva após os 50 anos. Designam-se, em geral, por artroses e, quando localizadas no joelho, por gonartroses. Estas podem ser primárias, aparecendo em joelhos sem patologia prévia e, muitas vezes, com incidência familiar. Podem também ser secundárias, relacionadas a patologias ocorridas no passado, mais frequentemente como complicação tardia, instalada de forma progressiva e ao longo de anos, de lesões traumáticas importantes (por exemplo, meniscais e ligamentares), de lesões fraturárias, ou na sequência de intervenções cirúrgicas ou de patologia infecciosa desse joelho.

Reumática

É também uma das causas mais frequentes de dor no joelho. Nos países desenvolvidos, as doenças reumáticas são o grupo mais frequente de doenças no ser humano, gerando uma incapacidade funcional e laboral com forte impacto económico e social. São doenças e alterações funcionais do sistema musculoesquelético de causa não traumática, existindo mais de uma centena delas, cada uma com vários subtipos. As doenças reumáticas podem ser agudas, recorrentes ou crónicas e atingem pessoas de todas as idades, principalmente mulheres, sobretudo a partir dos 65 anos.

Infecciosa

Os joelhos podem levar a patologia infecciosa, principalmente em fases mais precoces da vida, na infância, designadas por artrites sépticas, que são uma situação grave.

Tumoral

Na patologia tumoral a dor pode ser um sintoma ausente ou tardio. O aparecimento de tumores, sejam eles malignos (neoplasias) ou benignos, é igualmente mais habitual na infância e adolescência e a sua localização nos joelhos é das mais frequentes.

Objetivo e missão

Assente em critérios de excelência e multidisciplinariedade, o Centro Especializado em Joelho é composto por profissionais de saúde de várias áreas e especialidades. Dotado dos meios humanos e tecnológicos mais avançados nesta área da Ortopedia, promove uma resposta mais eficaz e adequada no tratamento das patologias do joelho, de modo a corresponder às expectativas de quem nos procura.

Afirmamo-nos como um centro de referência do joelho, não só na área do tratamento, mas também na área do ensino e da formação.

Na área cirúrgica, contamos com uma vasta equipa de ortopedistas.

Na área médica, congregamos especialistas de diversas especialidades, destacando-se a Anestesiologia e a Imagiologia.

Na área técnica, articula-se com a Medicina Física e de Reabilitação, assim como com todos os outros setores assistenciais do Hospital.

Áreas de Intervenção

As lesões de maior complexidade no joelho são tratadas cirurgicamente, muitas vezes por técnicas artroscópicas que são menos agressivas e, nomeadamente no âmbito da traumatologia desportiva (lesões meniscais e ligamentares), permitem uma mais fácil, cómoda e rápida recuperação.

Nas fases avançadas da patologia degenerativa e reumática, pode haver indicação cirúrgica para diferentes técnicas, podendo ser necessária a colocação de uma prótese do joelho.

Complementarmente, o tratamento da patologia do joelho é, muitas vezes, multidisciplinar, variando conforme os tipos e fases da doença: cuidados gerais e hábitos saudáveis de vida, terapêuticas médicas e programas de reabilitação, associados ao tratamento cirúrgico, sempre que indicado.​

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