Adição: o que é e que tratamentos existem?

O que é então a Adição?

É uma doença médica, crónica, recidivante e que envolve áreas do nosso sistema nervoso associadas a mecanismos de recompensa, motivação, memória, entre outros. Estas alterações neurobiológicas prejudicam a capacidade para manter abstinência, com perda de controlo sobre os consumos, comprometimento do juízo crítico e alterações do comportamento.

Como qualquer doença crónica, possui momentos de recaída e também de remissão, podendo ser considerada uma patologia cíclica. As perturbações aditivas encontram-se num continuum de gravidade, classificando-se em leves, moderadas e graves. Por outro lado, esta doença abrange um espectro largo de comportamentos aditivos.

Quais são os tipos de adições?

Podemos agrupar as perturbações aditivas em:

1. Adição de Substâncias: relacionadas com o consumo de substâncias lícitas, como tabaco e álcool, e ilícitas como heroína, cocaína ou canabinóides, por exemplo.

2. Adição sem Substâncias: ligadas aos comportamentos aditivos e dependências como jogo patológico, por exemplo.

Apesar desta separação o mesmo indivíduo pode apresentar os dois tipos de adição.

Quais são os principais sintomas das adições?

As manifestações clínicas variam consoante a fase do ciclo da adição, as características do indivíduo e qual a(s) substância(s) e/ou comportamento(s), e consistem em:

  • Incapacidade para parar: quando existe dentro das pessoas um desejo de parar, mas não conseguem;
  • Aumento da tolerância: ao longo do tempo os indivíduos começam a necessitar de uma maior quantidade da substância e/ou maior frequência e intensidade do comportamento para obter o mesmo efeito, sejam eles alívio ou sentimentos como “felicidade”, confiança, entre outros;
  • Foco constante na substância ou comportamento: abandono progressivo de outras atividades ou interesses em prol da adição, com aumento da quantidade de tempo relacionado com o consumo;
  • Perda de controlo: incapacidade para suspender o consumo e controlar o comportamento;
  • Problemas pessoais e de saúde: as adições impactam todos os aspetos da vida do individuo, incluindo a sua saúde física e mental, as suas relações interpessoais e a sua carreira;
  • Abstinência: sintomas que surgem após a suspensão de uma substância e/ou comportamento, com manifestações que variam de acordo com o tipo de substância. Estas podem ser mais físicas (náuseas, dor, irritabilidade, tremor) ou psicológicas (ansiedade, irritabilidade, angústia).

 

Como tratar uma adição?

Apesar de ser uma doença crónica existe tratamento e é possível, com o tratamento adequado e motivação, atingir e manter a fase de recuperação. O apoio da família e das relações mais próximas, juntamente com o apoio dos meios de saúde adequados, são elementos essenciais no tratamento.

O compromisso por parte do doente, é fundamental, e o tipo de tratamento deve ser decidido em conjunto com o doente, tendo em conta a gravidade da doença, fase do ciclo da adição, tipo(s) de substâncias e/ou comportamentos e manifestações clínicas.

Existem, desta forma, vários níveis de resposta terapêutica disponíveis:

1. Internamento: deve ser considerado de acordo com a gravidade das manifestações clínicas e tipo de adição, quando é essencial gerir sintomas de abstinência em internamento com vigilância diária, bem como instituir uma intervenção mais completa e assertiva na prevenção da recaída. É importante incluir a família neste processo terapêutico.

2. Acompanhamento em consulta: o tratamento deve ser multidisciplinar, com acompanhamento por Psiquiatria e Psicologia. Existem vários psicofármacos com indicação para o tratamento das várias fases do ciclo da adição, que ajudam a ultrapassar os sintomas da abstinência e a diminuir a probabilidade de recaída nos períodos de remissão. Por outro lado, a psicoterapia e o acompanhamento psicológico fornecem ferramentas essenciais para a recuperação.

3. Internamento prolongado em Comunidade Terapêutica: existem centros de reabilitação especializados nos vários tipos de adições, com foco na intervenção em reabilitação ao longo de vários meses/anos.  

4. Grupos de apoio: os grupos de apoio, como o caso dos Alcoólicos Anónimos, através da partilha de experiências, são uma importante forma de apoio, não só para o doente, como para a sua família.

Temos disponíveis, no Hospital Lusíadas Monsanto, várias vertentes de acompanhamento específico para tratar as perturbações aditivas, nomeadamente: 

  • Consultas de Psiquiatria da Adição; 
  • Consultas de Psicologia da Adição;
  • Internamento de 7 dias para gestão de sintomas de abstinência; 
  • Internamento de 28 dias em programa multidisciplinar para recuperação e prevenção de recaída, com intervenção individual, em grupo e junto das famílias.

 

Nesta Unidade dedicada à área de Psiquiatria, Comportamento Alimentar, Adições, Burnout, Depressão, entre outros, encontra o apoio e privacidade de que precisa para começar a tratar da sua saúde mental.

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