Glaucoma: o que é e como tratar
Glaucoma é o nome dado a um conjunto de doenças que afetam o nervo ótico normalmente de forma crónica, podendo conduzir à perda progressiva da visão se não for detetado de forma precoce e tratado de forma conveniente. A definição é da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, que acrescenta ainda que, por norma, uma pessoa tem glaucoma quando apresenta alterações na estrutura do nervo ótico ou perturbações da sua função avaliada no exame do campo visual. Neste momento, o glaucoma é a principal causa de cegueira evitável e afeta atualmente 80 milhões de pessoas a nível mundial. Ricardo Bastos, oftalmologista, explica como pode identificar a doença e a importância do diagnóstico precoce.
Sintomas de glaucoma
O glaucoma pode ser assintomático, razão pela qual é necessário ir fazendo check-ups com especialistas. “Como esta doença muitas vezes não tem sintomas, as pessoas acabam por adiar a visita ao especialista, dificultando o diagnóstico precoce do glaucoma, um processo que pode ser fundamental para o controlar e evitar que o mesmo progrida”, alerta Ricardo Bastos, oftalmologista no Hospital Lusíadas Porto, Braga e Clínica Lusíadas Gaia. No entanto, há sintomas do glaucoma que se manifestam quando a doença está numa fase mais avançada:
- Fortes dores de cabeça
- Náuseas
- Vómitos
- Olho vermelho
- Dores oculares muito intensas
Fatores de risco
Há alguns fatores que contribuem para o aparecimento do glaucoma. Tais como:
- Idade: ter mais de 40 anos
- Hereditariedade: ter alguém na família com a doença
- Medicação: tomar medicamentos corticosteroides
- Doenças: ter outras doenças como a diabetes
Tratamento
Quando o diagnóstico é feito de forma atempada, o tratamento é mais eficaz e menos agressivo. Podem ser aplicados tratamentos tópicos (colírios) para controlar a pressão intraocular, mas o tratamento a laser ou a cirurgia poderão ser igualmente utilizados quando o tratamento médico é ineficaz ou mal tolerado pelo doente.
Nos últimos anos, a trabeculoplastia laser seletiva (SLT) tem ocupado um lugar de destaque como tratamento inicial do glaucoma (controlando a doença precocemente e evitando alguns efeitos secundários dos colírios) ou como complemento do tratamento já instituído.
Têm-se verificado também progressos no tratamento cirúrgico do glaucoma, com o desenvolvimento de procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, utilizados em fases mais precoces da doença. São cirurgias realizadas com anestesia local, com pós-operatórios simples e riscos cirúrgicos reduzidos.