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Fome emocional: as emoções podem interferir com a alimentação?

Colaboração
A fome emocional é diferente da fome fisiológica, na medida em que existe um desejo por alimentos específicos, aparece de uma forma súbita e urgente, surge em resposta a emoções e suscita muitas vezes uma sensação de culpa após a ingestão desses mesmo alimentos.

As emoções interferem com a alimentação que adotamos e daí o conceito de alimentação ou fome emocional. A fome emocional refere-se à ingestão de alimentos em resposta a emoções, em particular às mais negativas como o stress, ansiedade, depressão, tristeza e solidão.

Contudo, vários estudos referem que emoções positivas podem igualmente desencadear episódios de ingestão alimentar.

Fome fisiológica vs. Fome emocional 

A fome fisiológica é baseada na ausência prolongada da ingestão de alimentos, que nos fornecem calorias e nutrientes essenciais para o desempenho das funções do nosso organismo. Este tipo de fome pode ser acompanhado por uma sensação de fraqueza, dificuldade em manter a concentração e tonturas. 

No entanto, a alimentação não se limita à satisfação das nossas necessidades fisiológicas, podendo também estar associada à satisfação de necessidades emocionais. 

A fome emocional é diferente da fome fisiológica, na medida em que existe um desejo por alimentos específicos, aparece de uma forma súbita e urgente, surge em resposta a emoções e suscita muitas vezes uma sensação de culpa após a ingestão desses mesmo alimentos.  

Além disso, a fome emocional tem sido associada a uma perda de controlo sobre a alimentação e a perturbações do comportamento alimentar, nomeadamente ao transtorno de compulsão alimentar. 

Como distinguir a fome emocional da fome fisiológica? 

Atualmente, já existem vários questionários validados cientificamente e que a população portuguesa pode utilizar para avaliar a alimentação emocional, nomeadamente o Emotional Eating Questionnaire. Estes questionários são ferramentas que nos fornecem dados objetivos e nos permitem comparar diferentes etapas e/ou diferentes grupos de indivíduos.  

Em âmbito de consulta, uma anamnese alimentar (história alimentar detalhada e completa) permite identificar a existência de emoções/sentimentos que potenciam a ingestão alimentar.  

Como pode evitar comer emocionalmente?

Para controlar a ingestão alimentar em resposta às emoções, o acompanhamento e o apoio de um nutricionista é imprescindível pois promove uma alimentação equilibrada, completa e variada e fornece estratégias para lidar com a fome emocional.

No entanto, é fundamental não abordar com insistência o tema da “dieta”. É crucial não encorajar dietas demasiado restritivas, explicando os perigos associados a esse tipo de atitude com a alimentação.  
É essencial promover uma reeducação alimentar, utilizando também técnicas de controlo de estímulos e de prevenção de recaídas e resolução de problemas. É importante também desmitificar ideias e/ou pensamentos pré-concebidos sem qualquer tipo de evidência científica.

Nas unidades Lusíadas o acompanhamento é feito por uma equipa multidisciplinar que se adaptará às suas necessidades específicas, promovendo uma recuperação com qualidade e com acesso ao melhor cuidado por parte de nutricionistas, psiquiatras e psicólogos.  

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Revisão Científica

Dra. Beatriz Vieira

Dra. Beatriz Vieira

Coordenador da Unidade de Nutrição Clínica

Hospital Lusíadas Amadora
PT