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6 dietas da moda: o que deve mesmo saber

Não são apenas as roupas que seguem tendências, as receitas para emagrecer também. Mas em que consistem as dietas da moda, como a Paleo ou a Detox? A Unidade de Nutrição Clínica do Hospital Lusíadas Lisboa, responde.

Quais os riscos e benefícios de seguir as dietas da moda?

"Os riscos e benefícios das dietas da moda dependem sempre do tipo de dieta em questão e de existir ou não acompanhamento de um nutricionista ou dietista.

Muitas das dietas ditas 'da moda' não são equilibradas do ponto de vista nutricional, revelando-se muito pouco eficazes a longo prazo pois não promovem a adoção de hábitos alimentares saudáveis", alerta a Unidade de Nutrição Clínica do Hospital Lusíadas Lisboa, que acrescenta um conselho importante para quem quer alterar os seus hábitos alimentares: "O primeiro passo é procurar um dietista ou nutricionista, que o vai informar e aconselhar relativamente à eficácia e segurança da dieta." 

6 dietas da moda à lupa 

Da dieta volumétrica à dieta DASH, os prós e os contras de algumas dietas da moda muito populares são aqui descritos.

1. Dieta Volumétrica

Consiste no consumo de refeições volumosas mas com baixo teor calórico. Assim, não se trata de uma dieta restritiva a nível do volume das refeições mas cujo objetivo é que grande parte dessa refeição seja composta, por exemplo, por legumes e/ou fruta. Exige, como todas as dietas, um acompanhamento prévio por parte de um profissional de nutrição, já que o conceito de “volumoso” não se aplica a todos os alimentos e é necessário que isso seja desmistificado.

2. Dieta Detox

Integrar batidos detox num plano alimentar diversificado e completo pode ser uma medida saudável e um bom contributo para o aumento da ingestão diária de vegetais e frutos. No entanto, as refeições diárias nunca devem ser compostas exclusivamente por batidos, já que que necessitamos diariamente de outros macro e micronutrientes que são obtidos através do consumo de outros grupos alimentares.

Se gosta de batidos detox não deve deixar de os consumir, particularmente se não gosta muito de vegetais e encontrou nestas bebidas a forma ideal de os ingerir. Pode incluir 1 a 2 destes batidos na sua alimentação diária, mas nunca como substitutos de refeições completas e jamais como alimentação exclusiva diária.

3. Dieta Vegetariana/Vegan

Implica a exclusão de todos os produtos de origem animal da alimentação. A alimentação vegan (tal como a omnívora) deve ser variada e equilibrada, cumprindo as necessidades energéticas do ciclo de vida e do nível de atividade física.

Terá que conter fruta; hortícolas; alternativas vegetais aos produtos lácteos – bebidas e iogurtes de soja, amêndoa e aveia; algas; leguminosas (feijão, lentilhas, grão, soja, ervilhas); miso, tofu, seitan; cereais e tubérculos – arroz, trigo, milho, quinoa, centeio, aveia (e seus derivados) e batatas; frutos gordos (amendoim, noz, amêndoas, cajus) e sementes (chia, linhaça, papoila e sésamo); gorduras – azeite e óleos vegetais (de amendoim, de coco e de girassol).

Os benefícios associados ao regime vegan resultam do elevado consumo de produtos de origem vegetal em detrimento dos de origem animal que, cada vez mais, estão a ser associados a um aumento de risco de doenças crónicas.

No entanto, um regime alimentar vegan não é, necessariamente, sinónimo de mais saúde. Além do risco de carências nutricionais (por exemplo, carência em ferro, cálcio, vitamina B12, vitamina D, entre outras), uma alimentação vegan pode também conter excesso de sal, gordura e açúcar.

Quando bem planeada e estruturada, a alimentação vegan pode ser saudável e assegurar o aporte das necessidades nutricionais ao longo de todo o ciclo de vida. Mas, para isso, é necessário uma seleção cuidadosa dos alimentos e das suas combinações.

4. Dieta Paleo ou do Paleolítico

A dieta do paleolítico reproduz o padrão alimentar dos seres humanos antes do início da produção agrícola e de existir a possibilidade de confecionarem os seus alimentos. Nesta dieta são excluídos os laticínios, cereais e derivados, batata, leguminosas, açúcares e alimentos açucarados e todos os produtos transformados e/ou processados.

Os alimentos permitidos são apenas aqueles a que o homem do Paleolítico tinha acesso, isto é: peixe, carne, marisco, frutos da época, ovos, oleaginosas, bagas, tubérculos e sementes. As refeições deverão ser feitas quando a pessoa sentir apetite, alimentando-se segundo as suas preferências.

Esta dieta é muito rica em fibra, proteína, vitaminas e minerais mas com uma elevada restrição de hidratos de carbono.

5. Dieta Macrobiótica

A alimentação macrobiótica tem demonstrado ser uma boa prática alimentar para a saúde e bem-estar e uma mais-valia para a redução das taxas de obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares (incluindo níveis elevados de colesterol, triglicéridos e hipertensão arterial) e alguns tipos de cancro.

Porém, tal como qualquer outro tipo de dieta, este estilo deve ser equilibrado, caso contrário podem surgir carências no aporte de vitamina B12, presente essencialmente em alimentos de origem animal. Esta carência pode ser minimizada através do consumo de peixe duas a três vezes por semana. Se não consumirmos peixe e/ou oleaginosas podemos promover um desequilíbrio no rácio de ácidos gordos essenciais.

6. Dieta DASH

A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) foi criada no sentido de tratar/prevenir a hipertensão arterial. Esta dieta contribui para um maior consumo de frutas e vegetais, cereais integrais, peixe e laticínios magros e limita o consumo de gorduras, açúcares e sal.

Esta é uma dieta equilibrada e saciante que, quando associada à prática de exercício físico, pode ter resultados muito positivos não só a nível da pressão arterial como também na perda de peso.

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