Vitaminas: o que são e para que servem?
São um dos temas “obrigatórios” quando o assunto em cima da mesa é a nutrição, e até conhecemos, quase de cor, as diferentes letras que as acompanham (C, D ou E, por exemplo). Mas o que são, ao certo, as vitaminas? E porque são tão importantes para o funcionamento do nosso organismo? As vitaminas são compostos orgânicos indispensáveis ao crescimento normal e à manutenção da saúde humana. Sem estes nutrientes, certas funções básicas do organismo seriam comprometidas, com consequências graves para a saúde.
Características específicas
As vitaminas são denominadas de micronutrientes porque são necessárias ao organismo em pequenas quantidades.
São obtidas através da alimentação (ou suplementos vitamínicos, se aconselhados por um médico), já que o nosso organismo não as consegue sintetizar em porção suficiente.
• São indispensáveis à vida por terem funções específicas.
A própria palavra “vitamina” transmite a importância vital destes nutrientes para o ser humano. O químico Casimir Funk criou a palavra, no início do século XX, através da junção dos termos “vital” e “amina”.
• Podem ser facilmente destruídas por exposição ao oxigénio.
Como podem ser facilmente destruídas por exposição ao oxigénio é importante ter cuidados especiais no processamento, armazenamento e consumo dos alimentos, evitando que haja uma degradação do seu teor vitamínico (por exemplo: as verduras, legumes e frutas devem ser consumidos preferencialmente crus e cortados apenas imediatamente antes de serem ingeridos).
• Cada vitamina desempenha um papel diferente no organismo, apoiando diferentes funções do corpo humano.
Ao todo, conhecem-se 13 tipos distintos. Cada uma delas é necessária ao organismo em diferentes quantidades.
Diferentes tipos, fontes alimentares e funções
A melhor forma de manter todas as vitaminas em quantidades adequadas, nas concentrações necessárias para a manutenção do nosso organismo, é ter uma alimentação equilibrada e variada. Tome nota, por isso, das diferentes fontes alimentares para cada um dos tipos de vitaminas existentes.
Qual a diferença entre vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis?
É comum ouvir-se a distinção das vitaminas em dois grandes grupos: hidrossolúveis e lipossolúveis. Trata-se de uma distinção baseada na solubilidade das vitaminas, ou seja, permite diferenciar as vitaminas solúveis em águas das vitaminas solúveis em lípidos (gordura). Esta diferenciação é importante porque as vitaminas solúveis em água são armazenadas por pouco tempo e necessitam de ser ingeridas diariamente.
- Vitaminas lipossolúveis | Vitaminas A, D, E e K
Vitaminas solúveis em lípidos e que são encontradas, geralmente, nos alimentos de origem animal. Ao contrário das hidrossolúveis, as lipossolúveis podem ser armazenadas no organismo, sendo obtidas pela alimentação ou suplementação. A vitamina A fica armazenada predominantemente no fígado, enquanto as vitaminas D e E permanecem nos tecidos adiposos e musculares. A exceção é a vitamina K, que não consegue ser armazenada em quantidades suficientes e, por isso, necessita de fornecimento regular. A excessiva sobredosagem pode causar toxicidade para o organismo.
- Vitaminas hidrossolúveis | Vitamina C e todas as vitaminas do complexo B
Vitaminas solúveis em água e que não são armazenadas no organismo, sendo eliminadas diariamente pelas vias de excreção (principalmente urinária). Dada a falta de armazenamento, é necessário um suprimento diário destas vitaminas no organismo.
Quais os principais sintomas da falta de vitaminas?
Uma dieta pouco saudável leva a que a ingestão de vitaminas não seja feita em quantidade suficiente para assegurar as funções essenciais do organismo. Esta carência (chamada de hipovitaminose) pode refletir-se em problemas graves de saúde que necessitam de acompanhamento médico. Esteja atento aos sintomas. Os sintomas da carência de vitamina são vastos e podem incluir:
• Unhas e cabelos danificados;
• Cansaço crónico;
• Dores musculares ou cãibras;
• Formigueiro nas extremidades (mãos e pés);
• Fragilidade do sistema imunitário;
• Facilidade em fazer “nódoas negras”;
• Menor capacidade de coagulação do sangue em feridas e hemorragias frequentes no nariz;
• Sangramento das gengivas;
• Perda de cabelo;
• Perda de visão noturna.
Consequências da carência
Mais do que a ingestão deficitária de nutrientes num dia ou outro, é o prolongamento no tempo de uma dieta pobre em vitaminas que traz consequências graves ao organismo. O quadro de problemas de saúde gerado pela hipovitaminose é vasto e afeta os diferentes sistemas do corpo humano. Mas atenção: nem sempre a dieta é a culpada. Alguns casos de carências crónicas de vitaminas surgem como resultado de outros problemas de saúde.
- Carências de vitaminas lipossolúveis
- Vitamina A:
Alterações significativas na visão (que podem levar a cegueira noturna), problemas no desenvolvimento embrionário e abortos espontâneos.
- Vitamina D:
Raquitismo em crianças e osteomalacia em adultos (enfraquecimento dos ossos). Fadiga, cansaço e sensação de fraqueza. Vários estudos têm demonstrado existir uma relação entre a carência desta vitamina e diversas doenças (como cardiovascular, inflamatórias, neoplasias, ginecológicas…)
- Vitamina E:
Anemia hemolítica em recém-nascidos (destruição de células no sangue) e consequências nos sistemas neuromusculares, vasculares e reprodutores.
- Vitamina K:
Hemorragias, que em casos graves, podem levar a anemias fatais.
- Carências de vitaminas hidrossolúveis
- Vitamina B1:
Redução de peso e anorexia, perturbações cardíacas e neurológicas; beribéri (cujos sintomas incluem confusão mental, perda de massa muscular, incapacidade dos nervos periféricos, taquicardias e cardiomegalia [coração grande]);
- Vitamina B2:
Fotofobia (sensibilidade à luz) e possível desenvolvimento de cataratas quando se verificam carências de múltiplas vitaminas;
- Vitamina B3:
Fraqueza muscular, anorexia, indigestão, erupção cutânea; pelagra (doença caracterizada por dermatite, diarreia e demência);
- Vitamina B5:
Problemas na síntese de lípidos e produção de energia, cujos sintomas incluem paralisia nos dedos e sola dos pés, sensação de “queimado” nos pés, depressão, fadiga, insónias e fraqueza (tenha em atenção, no entanto, que a carência desta vitamina é muito rara);
- Vitamina B6:
Fraqueza, insónias e incapacidade dos nervos periféricos, que surgem como sintomas de anomalias metabólicas;
- Vitamina B7:
Dermatite e inflamação do intestino (casos muito raros);
- Vitamina B9:
Redução da divisão celular, que na gravidez pode originar problemas para o bebé (espinha bífida ou baixo peso à nascença);
- Vitamina B12:
Anemia, fadiga, fraqueza, perda de apetite, redução da divisão celular e alterações neurológicas (incluindo demência).