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Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza

Colaboração
A saúde mental tem conquistado uma relevância cada vez maior, mas o caminho a percorrer ainda é longo.

As perturbações psiquiátricas já representam 12% de todas as doenças registadas em Portugal, sendo apenas superadas pelas cerebrais e cardiovasculares. Estes números vão muito além de estatísticas; refletem a realidade dos que vivem sob o peso invisível das doenças mentais.

Em 2023, cerca de 57% dos portugueses afirmaram ter enfrentado desafios psicológicos ou emocionais no último ano, um valor que ultrapassa a média europeia em 10%. Contudo, o dado mais alarmante é este: 55% das pessoas que experienciaram problemas de saúde mental não procuraram ou não conseguiram encontrar ajuda.

O estigma em torno do tema continua a limitar o acesso ao apoio necessário, criando barreiras devido à vergonha, e provocando o isolamento. Mas é fundamental lembrar: enfrentar uma doença mental não precisa de ser uma jornada solitária e pedir ajuda, para além de não ser um sinal de fraqueza, é o primeiro passo para que encontre todo o apoio de que precisa.

Será que está realmente tudo bem?

Muitas vezes, ignoramos sinais que podem indicar a necessidade de ajuda. Aqui estão alguns sintomas que apontam para a necessidade de procurar apoio especializado:

•    Alterações de humor intensas e repentinas;
•    Tristeza persistente que dura mais de duas semanas;
•    Dificuldade em adormecer ou em manter-se a dormir, ou necessidade excessiva de dormir;
•    Medo inexplicável ou ataques de pânico;
•    Sensação constante de desmotivação e falta de energia;
•    Ansiedade contínua e preocupação;
•    Mudanças na relação com a alimentação (perda de apetite ou fome emocional);
•    Dificuldade em manter uma rotina diária;
•    Perda de interesse em atividades que antes traziam prazer;
•    Irritabilidade e agressividade frequentes.

Porque é que deve pedir ajuda?

Vivemos numa sociedade que valoriza a autonomia e independência, que são vistas como sinais de “força”. Mas a verdade é que pedir apoio é algo natural e essencial. Desde crianças que recorremos aos outros para aprender e crescer - então, por que não aplicar essa mesma prática aos desafios emocionais?

Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza — é um ato de autoconhecimento e autocuidado:

1.    Autoconhecimento e crescimento pessoal: 
É um sinal de maturidade, pois revela uma preocupação genuína com o nosso desenvolvimento pessoal. Ao partilharmos o que nos afeta, especialmente com profissionais especializados, podemos descobrir aspetos de nós mesmos que estavam “escondidos” e compreender melhor como as nossas experiências moldam os nossos comportamentos.

2.    Pode contribuir para uma melhor saúde física: 
A saúde mental é tão importante quanto a saúde física, estando ambas profundamente interligadas. Muitas doenças mentais podem aumentar o risco de problemas físicos, não apenas pelo impacto de sintomas como o stress e a ansiedade no organismo, mas também pela maior probabilidade de adotar estilos de vida menos saudáveis e comportamentos de risco.

3.    Torna-nos mais resilientes:
Procurar ajuda é, por si só, um ato de coragem. O apoio ajuda-nos a enfrentar desafios e a desenvolver ferramentas para lidar com adversidades futuras.

Como encontrar apoio?

O primeiro passo é reconhecer que nem tudo está bem ou que existe espaço para melhorar. O segundo, é libertar-se dos estigmas e do autopreconceito, compreendendo que procurar ajuda para lidar com as questões emocionais e psicológicas não o torna mais ou menos “forte”.

Existem muitas formas de procurar ajuda:

1.    Fale com a família ou amigos: 
São frequentemente os primeiros a identificar a necessidade de apoio. Conversar com alguém que conhecemos, em quem confiamos e que já conhece, pelo menos em parte, a nossa história pode ser mais fácil e reconfortante. Essas pessoas podem ajudar-nos a encontrar a informação necessária, discutir as opções disponíveis, auxiliar nas tarefas do dia a dia, ouvir-nos e oferecer o suporte de que precisamos. Esta rede de apoio pode ser um excelente ponto de partida para reconhecer a existência de um problema e incentivar a procura por ajuda especializada.

2.    Confie no seu médico de família e nos cuidados de saúde primários:
Muitas vezes, o contacto mais direto que temos com os serviços de saúde é através dos médicos que nos acompanham regularmente. As consultas de rotina também podem ser uma excelente primeira abordagem na procura de ajuda, uma vez que estes profissionais podem encaminhá-lo para a especialidade mais adequada, como a psiquiatria, ou indicar a necessidade de psicoterapia, ajudando-o a navegar os diversos caminhos disponíveis.

3.     Terapeuta ou psicólogo: 
A consulta com o psicólogo, ou uma sessão de terapia cognitivo comportamental, é um espaço seguro onde poderá trabalhar as suas emoções e desenvolver estratégias para enfrentar o quotidiano. A terapia ajuda a gerir emoções, desenvolver resiliência e lidar com traumas ou feridas emocionais.

Pedir ajuda pode ser um processo exigente, tanto física como emocionalmente. No entanto, lembre-se de que não está sozinho e que existem várias formas de procurar e conseguir ajuda para o que está a sentir. Cuidar da saúde mental é fundamental, e merece dedicação total.

O Hospital Lusíadas Monsanto oferece um serviço pioneiro, inovador e premium no âmbito da Saúde Mental, como resposta à crescente necessidade de intervenção nesta área. Aqui, encontra uma equipa experiente para o acompanhar em todas as fases, desde a prevenção ao tratamento, encontrando o conforto, empatia e privacidade que tanto procura.

A verdadeira força reside na capacidade de pedir ajuda. E a sua saúde mental fica em boas mãos com a Lusíadas.

 

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Revisão Científica

Dr. Pedro Borda de Água

Dr. Pedro Borda de Água

Hospital Lusíadas Monsanto

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